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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer bucal é o oitavo tipo de câncer mais frequente no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma. Entre 2023 e 2025, a estimativa é de aproximadamente 15.100 novos casos anuais. A doença é especialmente prevalente entre homens, ocupando o quarto lugar entre os tipos de câncer mais comuns na Região Sudeste e o quinto nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
O diagnóstico tardio continua sendo um dos maiores desafios. Cerca de 75% dos casos são identificados em estágios avançados, o que compromete o tratamento e aumenta as taxas de mortalidade.
Com cerca de 420 mil cirurgiões-dentistas, o Brasil detém a maior força de trabalho odontológica do mundo. No entanto, o papel desses profissionais no diagnóstico e na prevenção de doenças orais ainda enfrenta obstáculos significativos.
“Nós cirurgiões-dentistas temos um papel fundamental no diagnóstico precoce e na prevenção de doenças graves que afetam a cavidade oral, como o câncer bucal e as desordens orais potencialmente malignas (DOPMs)”, destaca Tessa Botelho, especialista em Patologia Oral e Maxilofacial e conselheira do CFO.
A especialista reforçou ao site institucional do CFO que condições como leucoplasias e eritroplasias são precursoras da maioria dos carcinomas espinocelulares orais e representam um grande desafio para a saúde pública.
Capacitação
Um estudo da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP-UNICAMP) revelou que, ao longo de 35 anos de carreira, um cirurgião-dentista no Brasil diagnosticará em média de dois a três casos de câncer bucal e cerca de 675 casos de DOPMs. Contudo, há variações regionais, com estados como Ceará, Sergipe, Maranhão e Pará apresentando as maiores médias de casos.
Alan Roger dos Santos Silva, especialista em Estomatologia e professor da FOP-UNICAMP, enfatiza a importância da formação contínua. “É crucial priorizar a educação em saúde bucal e a formação contínua dos cirurgiões-dentistas para combater a alta incidência e as taxas de mortalidade por câncer bucal no Brasil. Campanhas de conscientização sobre os fatores de risco e a importância de consultas regulares são essenciais”, afirma.
O desenvolvimento de políticas públicas que aprimorem o cuidado de pacientes com DOPMs e câncer bucal é fundamental. Essas políticas devem incluir os cirurgiões-dentistas em programas de rastreamento para diagnóstico precoce, além de oferecer suporte odontológico durante o tratamento oncológico para minimizar os efeitos adversos e garantir a reabilitação dos pacientes.
A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal reforça a necessidade de um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde e sociedade para melhorar a prevenção e o tratamento dessa doença.