Um estudo publicado na capa do Journal of the American Dental Association revela que menos de 40% das mulheres grávidas nos Estados Unidos procuram serviços preventivos de saúde bucal durante a gestação. A pesquisa foi conduzida pelo Centro de Investigação da Força de Trabalho em Saúde Oral, da Universidade de Albany, e acende um alerta sobre os impactos da negligência odontológica na saúde materna.
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A equipe de pesquisadores analisou dados coletados entre 2016 e 2020 pelo PRAMS – Sistema de Monitoramento da Avaliação de Risco na Gravidez, mantido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Os resultados indicam que gestantes de baixa renda e pertencentes a grupos minoritários apresentam maiores riscos de desenvolver complicações como diabetes gestacional e distúrbios hipertensivos.
Essas condições foram associadas à falta de cuidados odontológicos preventivos e ao adiamento de tratamentos dentários durante a gravidez. Por outro lado, o estudo identificou que mulheres que buscaram atendimento odontológico – seja preventivo ou para tratar problemas já existentes – apresentaram menor incidência dessas complicações.
“As nossas descobertas reforçam a ligação entre a saúde oral e a saúde geral”, afirmou a Dra. Simona Surdu, diretora do projeto. Para ela, integrar a educação e os cuidados odontológicos à assistência pré-natal pode ser uma estratégia eficaz para reduzir riscos durante a gestação.
A pesquisadora também destaca a importância de ampliar o acesso à saúde bucal por meio da formação de novos profissionais, da redistribuição da força de trabalho e do fortalecimento da colaboração entre dentistas e profissionais de saúde materna.
A proposta do estudo é clara: incluir o cuidado odontológico na rotina de acompanhamento pré-natal pode ser determinante para melhorar os desfechos da gravidez – especialmente entre mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.