Pesquisadores da Universidade de Washington desenvolveram um novo protótipo que pode detectar condições ácidas – baseadas no PH da boca -, que podem previnir as cáries em pacientes, cuja medição esteja alterada, antes da incidência da doença propriamente dita.
Hoje, o cirurgião-dentista já dispõe de ferramentas e técnicas para parar as cáries, mas detectar as condições químicas específicas, que podem levar a formação da doença e, em seguida, impedi-las de começarem a se formar é um processo mais moroso e difícil.
O sistema “O-pH” é um dispositivo ótico protótipo, que emite uma luz Led e mede as reações dessa luz, a fluorescência, com um corante químico aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) – a “Anvisa americana” – aplicado nos dentes. O O-pH produz, então, uma leitura numérica do pH, ou acidez, da placa que cobre esses dentes. Saber o quão ácida é a placa pode dizer aos dentistas qual a área de um dente em maior risco de desenvolver uma cárie.
“A placa tem muitas bactérias que produzem ácido quando interagem com o açúcar na nossa comida”, disse Manuja Sharma, autora principal e estudante de doutorado do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da University of Washington. “Este ácido é o que causa a corrosão da superfície do dente e eventualmente provoca as cáries.Então, se conseguirmos capturar informação sobre a atividade ácida, podemos ter uma ideia de como as bactérias estão a crescer no biofilme dentário, ou placa”, explicou.
Sharma ponderou que nem todas as bactérias do biofilme são más ou vão provocar cáries, por isso medir a acidez do ambiente pode dizer ao dentista o que precisam saber sobre a ameaça de desenvolver problemas. Isso pode limitar a necessidade de testar bactérias nocivas específicas, das quais pode haver uma multiplicidade.
Para testar o novo equipamento, os pesquisadores recrutaram 30 pessoas doentes, entre os 10 e os 18 anos, com uma idade média de 15 anos, no Centro de Medicina Dentária Pediátrica da University of Washington. Eles escolheram as crianças para o estudo, em grande parte, porque o esmalte nos dentes das crianças é muito mais fino do que o dos adultos.