Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo e das Faculdades Integradas Espirito-Santenses verificaram que o uso de Diazepam como ansiolítico pré-cirúrgico em pacientes saudáveis demonstrou papel protetor cardiovascular durante os procedimentos cirúrgicos de exodontias, mantendo os valores pressóricos, sistólicos e diastólicos constantes até o fim do procedimento. O resultado da pesquisa foi publicado na edição v4n1 da Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS).
O estudo avaliou a variação da glicemia e pressão arterial em pacientes submetidos à exodontia com e sem o uso de sedação oral. A amostra foi composta por 68 pacientes saudáveis, com idade entre 18 e 40 anos, divididos em dois grupos: grupo I (controle) e grupo II, que recebeu medicação de 5 mg de Diazepam via oral uma hora antes da cirurgia. Todos os pacientes foram submetidos à exodontia sob anestesia local ambulatorial.
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A pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e a glicemia foram registradas e, os valores, comparados no início e no fim da cirurgia, entre os grupos e também dentro de um mesmo grupo.
O grupo I apresentou aumento da PAS e PAD quando comparadas às aferições inicial e ao término da cirurgia, enquanto o grupo II não apresentou variações significativas. Quando comparados os valores da PA entre os grupos ao término da cirurgia, observou-se elevação significativa da PAD no grupo II.
Dessa forma, o uso do Diazepam como medicação pré-cirúrgica sugeriu ação protetora cardiovascular, sendo indicado para evitar as alterações dos níveis glicêmicos e da pressão arterial que o medo e a ansiedade podem causam nos indivíduos.
A ansiedade é uma das doenças psiquiátricas mais comuns em adultos e um importante problema de saúde pública no país. Para muita gente, sentar-se na cadeira do dentista gera medo, principalmente quando o procedimento envolve algum tipo de cirurgia.
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De acordo com os autores do artigo, o Diazepam foi o fármaco eleito pela facilidade de administração, margem de segurança clínica e sua atividade ansiolítica eficiente, com meia-vida suficiente para o tempo de realização do atendimento, além de possuir baixa toxicidade e efeitos colaterais que não são capazes de debilitar os pacientes.