O bruxismo é uma doença que afeta cerca de 30% da população mundial, segundo o que apontam dados da OMS – Organização Mundial da Saúde. Porém, quando trazemos o recorte dessa condição ao Brasil, tomamos conhecimento de que a nossa média de casos de bruxismo está maior do que a média mundial.
A mesma OMS afirma que o bruxismo acomete, aproximadamente, 40% da população brasileira. O público alvo dessa condição é amplo. Ela se apresenta tanto em jovens quanto em adultos e pode ser causada por diversos fatores, como estresse, ansiedade, nervosismo e tensão.
Essa condição, que afeta diretamente os dentes, na maioria das vezes está associada a problemas psicológicos. Desta forma, a doença é entendida como psicossomática, quando afeta tanto o corpo, quanto a psique, sendo uma doença comportamental.
Mas o bruxismo não se restringe apenas às doenças psicossomáticas. Pessoas que são diagnosticadas com doenças respiratórias com asma, rinite ou sinusite também podem, consequentemente, desenvolver o bruxismo.
Muitas vezes, quem tem bruxismo sequer sabe, já que o hábito de ranger os dentes pode acontecer somente ao dormir. É o chamado bruxismo noturno, que acontece de maneira involuntária. Mas o ranger dos dentes também pode ser registrado em momentos de grande concentração ou picos de estresse.
Esse hábito tão involuntário e que em muitos não é notado, pode passar despercebido, porém, a médio e longo prazo, ele traz complicações, sobretudo para a arcada dentária do paciente. Porém, mesmo não manifestando nenhum grande sintoma, o bruxismo pode ocasionar dores na região da mandíbula, na cabeça e até mesmo no ouvido, devido à pressão produzida pelo contato extremo entre os dentes e seu movimento.
O bruxismo em si não tem uma causa específica, mas pelo o que há registrado na literatura médica, a ansiedade é um fator proeminente. Acredita-se, inclusive, que o aumento nos casos de bruxismo se dê por conta de um estilo de vida e de comportamento cada vez mais volátil e acelerado.
BRUXISMO E ANSIEDADE
Segundo a OMS, o Brasil é o país mais ansioso do mundo: cerca de 18,6 milhões de brasileiros convivem com algum transtorno de ansiedade. O número equivale a 9,3% da população. Em 2017, o Brasil acabou recebendo o título – não muito feliz – de “país mais ansioso do mundo”.
A ansiedade e o estresse podem agravar o bruxismo e, de fato, o Brasil ser o país mais ansioso do mundo reflete na quantidade de pessoas que sofrem com essa condição. A proporção de pessoas diagnosticadas com ansiedade é um reflexo da nossa média de pessoas que sofrem com o bruxismo ser maior que a mundial.
DESCOBERTA DO BRUXISMO E TRATAMENTO
Em geral, o bruxismo só é descoberto após uma ida ao dentista. O desgaste nos dentes e até mesmo uma “planificação” da dentição são fatores que indicam que o bruxismo é uma condição presente na vida do paciente.
Uma possível prevenção ao dano causado pelo atrito dos dentes é o uso de protetores bucais e aparelhos que restringem o contato dos dentes. Usá-los durante a noite, antes de dormir, pode prevenir o desgaste dental. Porém, o melhor diagnóstico e tratamento sempre será dado após uma visita ao dentista. Recomenda-se que um paciente visite um profissional ao menos duas vezes por ano.
Por ser uma doença associada ao comportamento, a indicação é que seu tratamento seja realizado de maneira interdisciplinar, com o acompanhamento de um cirurgião-dentista, na prevenção aos danos dentais, e com o acompanhamento de um terapeuta para procedimentos cognitivos ou comportamentais.
Mudar os hábitos também é um passo importante para lidar com bruxismo. Em uma sociedade cada vez mais rápida, buscar por um ritmo de vida mais sereno pode ser o necessário para fugir de tantos problemas, seja o bruxismo ou a ansiedade.