Data promovida pela Unesco, em 1995, lembra da importância da literatura, do livro e dos Direitos Autoriais
No dia 23 de abril, celebra-se o dia mundial do livro. A data é uma homenagem a uma série de eventos significativos na história da literatura e foi escolhida pela Unesco, em 1995, para reconhecer a importância dos livros, da leitura e dos direitos autorais. Uma das razões pelas quais o dia 23 de abril foi escolhido, é porque coincide com o aniversário de morte de três grandes escritores: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Garcilaso de la Vega.
Os livros são como portais para o conhecimento, permitindo-nos explorar ideias, culturas e perspectivas que de outra forma poderiam estar além do nosso alcance. Através da leitura, temos acesso a uma vasta reserva de informações, que nos brindam desde a história da humanidade, passando por romances clássicos como os descritos por Cervantes, até os aparatos científicos.
Apesar da crise aguda por que passa o mercado editorial mundial, com fechamentos de livrarias e reduções em editoras, no ano passado o faturamento global do mercado livreiro foi de US$ 200 milhões apontando um crescimento de 7% em relação ao ano anterior, quando o faturamento registrado foi de US$ 187 milhões de dólares. Um dos motivos foi a transforação de ferramentas e ações de promoção à educação, cultura e – por fim -, ao consumo de livros.
Reflexões
Embora a tônica da discussão no Dia Mundial do Livro seja a celebração da literatura, por princípio, outro tópico que deve ser levado em consideração desde o início da proposição da Unesco é a garantia dos direitos autorais dos autores. Em 2024, essa discussão vem se acentuando de forma significativa.
Reportagem publicada nesta terça, na Folha de S. Paulo, destaca a necessidade da proteção dos produtores de conteúdo, tanto quanto dos leitores. A reportagem alerta sobre os perigos das IAs (Inteligências Artificiais) no setor, reforçando o uso indiscriminado de conteúdo intelectual sem o pagamento de royalties aos autores.
“É fato que as big techs, que faturam bilhões e alardeiam pesados investimentos em inovação, desconsideram totalmente os direitos autorais de quem produz as obras que garantem o êxito das ferramentas de IA generativa”, diz trecho do conteúdo.
Diante desse cenário, e conforme instiga a própria data, é necessário, tanto quanto celebrar o livro e a literatura, resguardar os direitos dos autores e das editoras, em relação ao uso indiscriminado das Inteligências Artificiais, de forma ética, democrática e transparente – garantindo o resguardo dos autores frente a ação iminente de Inteligências Artificiais cada vez mais inteligentes.