A SmileDirectClub, empresa de alinhadores dentários norte-americana, anunciou o encerramento de suas operações, apenas alguns meses após solicitar recuperação judicial por falência. A decisão, descrita como “incrivelmente difícil” pela empresa, afeta diretamente seus clientes, deixando-os em um estado de incerteza. A notícia foi veiculada na CNN Americana.
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A empresa sediada em Nashville, Tennessee, anunciou o término imediato de seu tratamento com alinhadores por meio da plataforma de telessaúde, instando os consumidores a buscar tratamento adicional com dentistas locais. Além disso, o suporte ao cliente foi suspenso, e os pedidos pendentes foram cancelados, incluindo a “Garantia Vitalícia de Sorriso”.
Os clientes da empresa passam por incertezas, já que a SmileDirectClub prometeu fornecer mais informações sobre reembolsos, assim que o processo de falência determinasse os próximos passos. Enquanto isso, os clientes do Smile Pay – ferramenta de pagamentos online a partir de sorrisos – continuam efetuando pagamentos, gerando confusão e frustração online.
O pedido de recuperação judicial, feito em setembro, revelou uma dívida de quase US$ 900 milhões. Após uma busca prolongada, a empresa não encontrou um parceiro disposto a investir capital suficiente para mantê-la em operação.
O declínio financeiro da SmileDirectClub foi marcado pela desvalorização das ações desde sua oferta pública inicial em 2019, quando era avaliada em US$ 8,9 bilhões. Enfrentando anos de prejuízos e batalhas legais, a empresa registrou uma perda de US$ 86,4 milhões em 2022.
Fundada em 2014 e atendendo a mais de 2 milhões de pessoas, a empresa prometia inovação na indústria odontológica ao oferecer alinhadores dentários transparentes diretamente aos consumidores, sem a necessidade de consultas a um Ortodontista. No entanto, a empresa enfrentou críticas tanto da comunidade odontológica quanto de órgãos reguladores.
Recentemente, o escritório do procurador-geral do Distrito de Columbia processou a SmileDirectClub por práticas consideradas “injustas e enganosas”, resultando em um acordo em junho que obrigou a empresa a liberar clientes de acordos de confidencialidade e pagar US$ 500.000 em multa.
A Associação Dental Britânica criticou a empresa e sua prática de ortodontia remota, citando casos de problemas de saúde bucal associados aos alinhadores. A associação pediu maior proteção regulatória, afirmando que dentistas muitas vezes precisam lidar com tratamentos inadequados oferecidos por esses provedores.