A primeira edição do Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial of Surgery, editada pela Dental Press, traz uma entrevista exclusiva com o lituano Simonas Grybauskas, um dos maiores expoentes da cirurgia bucomaxilofacial. Ele participou, em outubro do ano passado, do 12º Congresso Paulista de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (COPAC), realizado em Campinas/SP. A entrevista foi conduzida pelo professor doutor Fernando Melhem Elias, Livre-Docente e Associado da Disciplina de Cirurgia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia da USP, e cirurgião do Hospital Universitário da mesma instituição.
Apesar de relativamente jovem – ele tem 36 anos –, o cirurgião se destaca pelo empenho, dedicação e, sobretudo, talento acima da média, conciliando métodos avançados de planejamento virtual 3D com técnica cirúrgica bastante apurada. Em 2000, graduou-se em Odontologia pela Universidade Médica de Caunas, a segunda maior cidade da Lituânia. Três anos depois, completou a especialização em Cirurgia Bucal e, em 2006, em Cirurgia Maxilofacial, ambas na Universidade de Vilnius, capital do país. Em 2008, formou-se em Medicina pela mesma universidade e, no ano seguinte, obteve seu PhD pela Universidade Stradins em Riga, na Letônia.
Além da entrevista, que aborda ciência e carreira, entre outros assuntos, Dr. Grybauscas compartilha a sequência clínica de um caso, que ilustra alguns dos conceitos que costuma aplicar para otimizar os resultados.
Confira um trecho da entrevista:
Você já veio ao Brasil várias vezes, com diferentes propósitos, incluindo ensino e treinamento. Quais são suas impressões sobre nosso país e, particularmente, sobre a Cirurgia Bucomaxilofacial brasileira, comparada à da Lituânia e do resto do mundo?
Meus amigos sabem muito bem que o Brasil, quanto à natureza, ao estilo de vida e, o mais importante, às pessoas, é o meu país favorito. Aos meus olhos, os brasileiros são o povo mais feliz da Terra, e os europeus devem aprender com vocês como serem felizes e desfrutarem das pequenas coisas na vida. No que diz respeito à Cirurgia Bucomaxilofacial, temos várias características em comum. Pelo que sei, a demanda por cirurgia estética maxilofacial no Brasil é muito alta, tal como na Europa Oriental: as pessoas querem ser bonitas. Provavelmente, essa é uma das razões pelas quais eu já havia recebido alguns convites para palestrar no Brasil — os temas em que estou trabalhando, de planejamento do tratamento facial estético, são realmente relevantes e atuais para a comunidade de cirurgiões brasileiros, e isso não é uma coincidência. Em alguns países do mundo, onde “o planejamento do tratamento determinado pela oclusão” ainda é popular, ortodontistas continuam produzindo guias cirúrgicos para os cirurgiões, o que limita a responsabilidade deles quanto aos resultados cirúrgicos. Lá, é claro, temas como precisão no planejamento do tratamento estético são irrelevantes e parecem ter vindo de outro planeta. Mas não aqui! Não no Brasil, onde toda pessoa quer ser bonita e, no fim, o consegue. A propósito, o objetivo de minha última visita ao Brasil foi conhecer alguns procedimentos estéticos faciais, porque realmente acredito que o Brasil é o melhor lugar do mundo para se aprender sobre a estética facial.
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Quer ler a entrevista na íntegra? Assine o Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial of Surgery, uma parceria entre a editora Dental Press e o Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial.