Pesquisadores japoneses descobriram que a mastigação reduzida causa prejuízos na memória e na função de aprendizagem, devido à mudança morfológica e à diminuição de atividade no hipocampo – pequena região do cérebro associada primeiramente com a memória e a navegação espacial.
Na pesquisa, ratos com estímulos mastigatórios reduzidos, sendo alimentados apenas com alimentos em pó, tiveram crescimento ósseo o muscular da face e maxila suprimidos. Além disso, experiências comportamentais revelaram que a redução da mastigação prejudicou a memória e as funções de aprendizagem.
A ligação funcional entre mastigação e cérebro foi validada pela diminuição nos neurônios, neurogênese, atividade neuronal e expressão do fator neurotrófico derivado do cérebro no hipocampo. Essas descobertas juntas fornecem evidências in vivo para uma ligação funcional entre mastigação e função cognitiva no período de crescimento, sugerindo a necessidade de novas estratégias terapêuticas na disfunção cognitiva relacionada à função mastigatória.
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A mastigação é uma função oral indispensável relacionada à saúde física, mental e social ao longo da vida. Os idosos tendem a ter uma disfunção mastigatória reduzida, devido à perda dentária e à fragilidade nos músculos com o envelhecimento, o que pode resultar em prejuízos na função cognitiva.
A estimulação mastigatória tem influência no desenvolvimento do sistema nervoso central, bem como no crescimento do tecido maxilofacial em crianças. Embora a relação entre mastigação e função cognitiva seja potencialmente importante no período de crescimento, os mecanismos celulares e moleculares ainda não foram suficientemente elucidados.
A pesquisa, intitulada “Reduced Mastication Impairs Memory Function”, foi publicada no Journal of Dental Research. Veja o original aqui.