Os alunos do curso de odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) interditaram no início da tarde desta quinta-feira (12) a avenida José Longo, no centro de São José dos Campos (SP). Eles protestam contra mudanças propostas na grade curricular do curso, que podem resultar no fechamento da turma noturna.
A reestruturação da carga horária do curso prevê que a carga total passe das atuais 4.335 horas para 4.860 horas. O aumento faria com que o curso no período noturno aumentasse sua duração de seis anos para sete anos e meio.
A universidade informou, em nota, que essa mudança seria inviável e propõe que as 30 vagas existentes a noite sejam acrescentadas às turmas de período integral, no período diurno.
“Encontra-se em tramitação a proposta de reestruturação curricular com carga horária de 4.860 horas para com duração de 5 anos, no período integral. O número de vagas oferecidas seria de 80 vagas, sendo as 50 oferecidas atualmente [período Integral] e mais 30 vagas [atualmente oferecido no período noturno]”, disse a universidade por meio de nota.
A alteração não tem data prevista para ocorrer e não atingiria os estudantes já matriculados.
Mobilização
Cerca de 100 alunos participaram do protesto. A aluna Karina Levy afirmou que a reformulação é necessária, mas discorda do modelo proposto. “Nós concordamos com a mudança na grade curricular, mas não aceitamos que um horário do curso seja fechado. Queremos que a Unesp estude uma forma de mudar sem fechá-lo”, explicou Karina.
Uma das reclamações dos alunos é que, apesar da universidade ser pública, quem trabalha para sustentar os estudos não teria como conciliar o ofício e a universidade. Eles alegam que a compra de materiais, por exemplo, demanda gastos.
“No curso noturno existem alunos que trabalham pra se manter. As bolsas de auxílio estudantil não abrangem todos os alunos. Os gastos durante a faculdade são caros, por isso estamos lutando: para que os alunos que precisam trabalhar possam se manter durante a graduação, para que possam realizar seu sonho de conquistar um diploma de ensino superior”, disse Luan Vieira, do segundo ano.
Questionada sobre a possibilidade de manter o curso, a Unesp informou por meio de nota que “tem-se notado que o curso de Graduação com a duração de seis anos recebe restrições de aceitação por parte dos alunos, pelos constantes pedidos de transferências para o curso Integral, um curso com duração de sete anos seria inviável pelo custo operacional e pela baixa procura”.
Estudo
A Unesp reforçou que a medida está em estudo. “Trata de uma proposta que deve ser avaliada, discutida e aprovada no colegiado maior da unidade. Este processo demanda um longo tempo e a estrutura curricular vigente não sofre nenhuma alteração, ou seja, não existe qualquer possibilidade de alterar o curso que está sendo ministrado atualmente”, diz nota.
Fonte: G1 Vale do Paraíba
Fotos: Gerson Marinho / Divulgação