O inovador estudo, conduzido por especialistas da TAU Maurice e Gabriela Goldschleger School of Dental Medicine, e liderado pelo Prof. Lihi Adler-Abramovich e Dr. Michal Halperin-Sternfeld, com a colaboração do Prof. Itzhak Binderman, Dra. Rachel Sarig, Dr. Moran Aviv, e pesquisadores da Universidade de Michigan, foi publicado no Journal of Clinical Periodontology.
Segundo o Prof. Adler-Abramovich: “Pequenos defeitos ósseos, tais como fraturas, são curadas espontaneamente, com o corpo restaurando o tecido ósseo perdido. O problema começa com os defeitos ósseos grandes. Em muitos casos, quando a perda óssea substancial resulta em ressecção tumoral (remoção por cirurgia), trauma físico, extração de dentes, doença gengival ou inflamação em torno de implantes dentários, o osso é incapaz de se renovar por sí. Neste estudo, desenvolvemos um hidrogel que imita as substâncias naturais da matriz extracelular dos ossos, estimulando o crescimento ósseo e reativando o sistema imunitário para acelerar o processo de cicatrização”.
Os pesquisadores explicam que a matriz extracelular é a substância que envolve nossas células, fornecendo apoio estrutural a elas. Cada tipo de tecido do nosso corpo tem uma matriz extracelular específica e constituída por substâncias adequadas e com propriedades mecânicas corretas. O novo hidrogel tem uma estrutura fibrilar que simula a da matriz extracelular do osso natural. Além disso, é rígido, o que permite que as células do paciente se diferenciem em células formadoras de osso.
“Como é de se esperar, a matriz extracelular dos nossos ossos é bastante rígida”, diz o Prof. Adler-Abramovich. “No nosso estudo, produzimos um hidrogel que imita esta matriz específica, tanto em propriedades químicas quanto físicas. A nível nanométrico, a célula se fixa ao gel, ganhando apoio estrutural e recebendo sinais mecânicos relevantes das fibras. A princípio, para testar estas propriedades, cultivamos as células num modelo 3D do gel. Depois, examinamos o impacto do hidrogel em animais com grandes defeitos ósseos que não conseguiriam sarar de forma espontânea. Monitoramos os resultados durante dois meses com vários métodos, incluindo o Micro C.T. Para nosso deleite, os defeitos ósseos foram completamente corrigidos através da regeneração, com os ossos recuperados a sua espessura original, e gerando novos vasos sanguíneos”.
Segundo o Prof. Adler-Abramovich, o gel inovador possui diversas aplicações clínicas, tanto na medicina ortopédica, como na medicina dentária: “Quando perdemos dentes devido a danos extensos ou infecções bacterianas, o tratamento padrão é o implante dentário. Implantes, entretanto, devem ser ancorados a uma certa quantidade de osso, e quando a perda óssea é excessiva, os médicos implantam osso adicional de uma parte saudável do corpo, o que é um procedimento médico complexo. Outra opção é adicionar substitutos ósseos de fontes humanas ou animais, mas estes podem gerar uma resposta imunológica negativa. Espero que no futuro o hidrogel que desenvolvemos permita uma restauração óssea mais rápida, segura, e simples”.
Fonte: ScienceDaily