O tratamento para osteoporose também pode ajudar a prevenir gengivite, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Búfalo (UB), nos Estados Unidos, que analisou a prevalência da periodontite em mulheres pós-menopáusicas.
O estudo revelou que mulheres acima dos 50 anos tratadas com estrogênio para osteoporose – uma condição em que os ossos se tornam fracos e quebradiços devido à perda de tecidos – têm 44% menos chances de desenvolverem periodontite severa do que mulheres que não recebem o tratamento.
A falta de estrogênio, uma consequência natural da menopausa, coloca mulheres sob risco de osteoporose à medida que envelhecem. Para combater esse efeito, algumas mulheres recebem terapia de estrogênio, junto com suplementos de cálcio e vitamina D.
Embora estudos prévios tenham investigado a relação entre a osteoporose e a perda de dentes, poucos têm examinado a ligação entre a terapia de estrogênio e a periodontite, uma doença que pode levar à perda dentária e a destruição do osso maxilar.
“Esses resultados ajudam a confirmar as descobertas de estudos prévios, que sugeriram que a terapia com estrogênio para prevenir a osteoporose também pode desempenhar um papel na prevenção da gengivite,” diz Frank Scannapieco, DMD, PhD, coautor do estudo, professor e coordenador do Departamento de Biologia Oral na Escola de Odontologia da UB. “Ao avançar nosso entendimento de como esse tratamento pode impactar a saúde oral, nós podemos aprimorar o trabalho para melhorar a saúde óssea e a qualidade de vida das pacientes.”
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O estudo, “Associação Entre o Tratamento da Osteoporose e a Periodontite Severa em Mulheres Pós-menopáusicas,” foi conduzido por Johelle de S. Passos Soares, PhD, na Universidade Federal da Bahia, e publicado na edição de julho da Menopause: The Journal of the North American Menopause Society.
A pesquisa examinou cerca de 500 mulheres pós-menopáusicas que receberam o diagnóstico em uma clínica brasileira. Das 356 mulheres que foram diagnosticadas com osteoporose, 113 escolheram receber a terapia com estrogênio.
Cada participante tinha mais de 50 anos e era pós-menopáusica há pelo menos um ano. Elas foram divididas em duas categorias: mulheres que receberam a terapia com estrogênio por pelo menos seis meses e aquelas que nunca receberam tratamento. Outros fatores como raça, renda familiar e nível de educação também foram registrados.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres que receberam o tratamento para osteoporose tinham menor profundidade de sondagem periodontal e menos perda de ligação clínica – a quantidade de espaço entre os dentes e o tecido circundante devido à perda óssea – e a gengivite reduzida, em relação a quem não tinha recebido o tratamento.
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O estudo também descobriu que famílias com maior renda e que visitam o dentista com maior frequência foram associadas à menor prevalência de periodontite.
Apesar da evidência de que o estrogênio cumpre um papel significante na manutenção da saúde óssea, a terapia hormonal também mostrou causar efeitos adversos, como o aumento do risco de doença cardíaca e de câncer de mama, explica Scannapieco.
É necessário que novas pesquisas sejam feitas para entender se a prevenção e o tratamento de osteoporose também podem ajudar no controle de doença periodontal e na perda dos dentes.
A pesquisa completa está disponível aqui.
Fonte: Livre tradução do Science Daily