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Vitória da ciência: Netflix retira “Root Cause” do catálogo

Não há relação causal entre o canal dentário e o câncer

Depois de grande polêmica entre cirurgiões-dentistas de todo o mundo, a Netflix retirou o documentário “Root Cause” (A Raiz do Problema) do seu catálogo de filmes. Grande parte das situações apresentadas no filme não tinham alicerce na evidência científica, e a produção orientava que os pacientes deixassem de procurar profissionais “tradicionais”, para fazer tratamento holístico – que não tem validação científica.

Entre as proposições do filme estava a relação de causa e efeito do canal dentário com a propensão ao câncer. O documentário, entretanto, não citou as fontes e estudos que foram feitos, na relação do tratamento endodôntico com a doença.

A Associação Americana de Endodontistas (AAE), a Sela (Sociedade Latinoamericana de Endodontia), a Associação Brasileira de Odontologia, o Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo) e especialistas da USP, mostraram-se preocupados com o teor do filme e os possíveis riscos que a sua exibição na Netflix representava. Os profissionais dessas entidades encaminharam cartas para a Netflix e publicaram notas públicas esclarecendo que o filme não passa de uma “peça cinematográfica” e não tem caráter documental ou validade científica.

O jornal “A Folha de S.Paulo“, à época da publicação da reportagem sobre o “Root Cause”, procurou o diretor do filme, Frazer Bailey, que se defendeu afirmando que não era um cientista, mas, sim, um cineasta. Também houve tentativas de contato sucessivas com a Netflix, que, após pedir mais tempo para responder, disse que não comentaria o assunto.

Apesar de a Netflix ter cedido à pressão e retirado o filme do ar, a Amazon segue vendendo e alugando o filme, respectivamente por US$ 7,99 e US$ 4,99.

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