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Gaten Matarazzo, de Stranger Things, faz cirurgia para ter dentes

O ator que interpreta Dustin, na série Stranger Things, Gaten Matarazzo, 15, fez cirurgia para ter os próprios dentes. Ele nasceu com uma doença rara que prejudica a formação óssea.

Gaten publicou no Instagram uma foto antes do procedimento, avisando aos fãs.

“E aí, galera! Uma foto do meu pré-operatório antes da minha cirurgia na boca hoje. Um passo mais perto de ter meus dentes de verdade futuramente!”

Stranger Things

O ator sofre de Displasia Cleidocraniana, uma síndrome rara, com prevalência uma em um milhão. A síndrome atinge principalmente os ossos da face e a clavícula, atrasando o crescimento dos dentes. Os pacientes afetados pela síndrome podem ter baixa estatura e proeminência de ossos da face.

Em 2016, o ator fez a primeira cirurgia para correção da dentição e explicou que a condição dele não é genética.

“Existe uma chance em um milhão de você ter isso e na maioria das vezes você pega dos seus pais, mas comigo simplesmente aconteceu. Eu tenho um caso mais leve, então não me afeta tanto, mas pode ser uma condição bem difícil de se ter”, disse o ator em entrevista para a revista People.

O anúncio da operação, até o momento desta publicação, teve mais de 342 mil curtidas e oito mil mensagens no Instagram, principalmente de fãs desejando boa sorte.

Em Stranger Things, o personagem Dustin também sofre dessa condição, sendo motivo de bullying na escola. O autor da série inseriu o assunto no roteiro por causa de Gaten.

Entenda melhor a Displasia Cleidocraniana

A Ortodontista Dra. Daianne Gobbe, da Clínica Dental Press, explica melhor a síndrome e como minimizar os efeitos.

“A Displasia Cleidocraniana (DCC) é uma doença rara que causa displasia esquelética, com prevalência de um em um milhão, podendo ser por fatores hereditários ou por mutação do DNA. Tem como causa um defeito do gene CBFA1, presente no cromossomo 6p21, que controla a diferenciação das células percursoras em osteoblastos, primordiais para a formação do tecido ósseo.

Os pacientes portadores da DCC apresentam características bem marcantes.  Geralmente apresentam estatura baixa e hipoplasia da clavícula – em alguns casos, o osso é totalmente ausente. A sutura sagital e fontanelas permanecem abertas. O desenvolvimento do terço médio da face é comprometido, com padrão facial braquicefálico, tornando essa característica mais evidente devido ao aumento exagerado do diâmetro transversal do crânio, além de bossa frontal e parietal pronunciadas.

As alterações bucais, geralmente associadas, são de atresia maxilar e fissura labiopalatal. Os dentes decíduos têm erupção normal, mas o processo de esfoliação é retardado fazendo com que a erupção dos dentes permanentes sofram modificações, sendo comum a formação de dentes supranumerários.

O diagnóstico da DCC é feito, geralmente, em uma fase mais tardia, visto que os pacientes apresentam uma vida normal, sem complicações médicas relevantes que o façam procurar atendimento médico. Sendo assim, o diagnóstico precoce feito através de avaliação odontológica é muito importante, para que se possa minimizar as alterações bucais decorrentes da síndrome. É fundamental que o profissional saiba reconhecer as características da DCC para determinar um plano de tratamento correto, visto que a exodontia dos dentes decíduos não irá fazer com que os permanentes irrompam, podendo causar dano maior ao paciente se forem realizadas. Dessa forma, faz-se necessária a integração entre a cirurgia, ortodontia e reabilitação, para restabelecermos a função e a estética do paciente.”

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