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Saúde bucal é fator de grande impacto na desnutrição em idosos

Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da University of North Carolina (UNC), nos Estados Unidos, sugere que a escassez de alimentos e a má saúde bucal são os principais fatores de risco de desnutrição que levam um idoso – já com alto risco de declínio funcional, diminuição da qualidade de vida e aumento da mortalidade – chegar ao pronto socorro.

Dos fatores de risco estudados, constatou-se que a má saúde bucal tem o maior impacto na desnutrição (Fonte: Reprodução)

Tim Platts-Mills, autor sênior do estudo, diz que para os pacientes que não têm comida suficiente em casa, a solução é bastante óbvia – e provavelmente muito menos onerosa – do que pagar pelos cuidados médicos resultantes da desnutrição. “Há programas nacionais de assistência alimentar, como Meals on Wheels [programa do governo americano], e acreditamos que podemos usar o departamento de emergência para vincular os pacientes que necessitam desses programas “.

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“Mesmo que esses programas sejam relativamente baratos – cerca de seis dólares por indivíduo por dia – muitos programas são subutilizados e subfinanciados. É preciso vincular os pacientes a esses programas e financiar esses programas”, acrescentou Platts-Mills, que também é co-diretor da Divisão de Medicina de Emergência Geriátrica da Faculdade de Medicina da UNC.

O estudo incluiu 252 pacientes com idade igual ou superior a 65 anos e que procuraram tratamento em departamentos de emergência na Carolina do Norte, Michigan e New Jersey. Os participantes foram selecionados por desnutrição e, em seguida, questionados sobre a presença dos fatores de risco.

A prevalência total de desnutrição na amostra do estudo foi de 12%, o que é consistente com as estimativas anteriores dos departamentos de emergência dos EUA e cerca do dobro da prevalência em adultos que vivem na comunidade (aqueles que não estão hospitalizados e não vivem em uma instituição de vida assistida) . Dos três locais, os pacientes que receberam cuidados no departamento de emergência da Carolina do Norte tinham a maior taxa de desnutrição, 15%. Os pesquisadores observam que a Carolina do Norte também tem uma das taxas mais altas de idosos que vivem abaixo da linha da pobreza.

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Dos fatores de risco estudados, constatou-se que a má saúde bucal tem o maior impacto na desnutrição. Mais da metade dos pacientes no estudo teve problemas dentários, e estes foram três vezes mais propensos a sofrer de desnutrição em relação aqueles sem problemas dentários. Dez por cento dos pacientes experimentaram “insegurança alimentar”, uma definição baseada em resposta a perguntas sobre não ter comida suficiente, comer menos refeições e ir para a cama com fome. A insegurança alimentar também esteve fortemente associada à desnutrição. Outros fatores que podem contribuir para o problema incluem isolamento social, depressão, efeitos colaterais de medicação e mobilidade limitada.

Collin Burks, um estudante de medicina da UNC e autor principal do estudo, explica que resolver os problemas dentários não só torna mais fácil para estes indivíduos se alimentarem, mas também pode melhorar a auto-estima, qualidade de vida e a saúde geral. “Melhorar a saúde bucal em idosos será desafiador, mas também importante. O sistema federal de saúde não cobre cuidados dentários.  Nós precisamos de métodos acessíveis de prestação de cuidados dentários para estes idosos”, completa.

O grupo de pesquisa da Platts-Mills está agora desenvolvendo e testando intervenções para ligar pacientes idosos desnutridos identificados no departamento de emergência aos programas de assistência alimentar na comunidade.

Baixe o artigo na íntegra aqui.

Fonte: ScienceDaily

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