Ronaldo Hirata, professor de biomateriais na Universidade de Nova York e autor dos best-sellers Tips – Dicas em Odontologia Estética (Artes Médicas, 2010), Shortcuts em Odontologia Estética (Quintessence, 2016) e Flow (Dental Press, 2017), é o novo editor-chefe da Journal of Clinical Dentistry and Research (JCDR), periódico da Dental Press dedicado à Reabilitação Oral. Editor-assistente desde o lançamento do projeto, em 2004, Hirata assume o posto de chefia que Oswaldo Scopin ocupou nos últimos três anos.
Entre as novidades que a nova JCDR irá apresentar, reviver seu título original, como nome fantasia, é uma das mais significativas. A revista Estética, da Dental Press, volta a circular na Odontologia Brasileira, agora com mais força do que nunca, com três respeitadas instituições como parceiras: Grupo Brasileiro de Professores de Dentística (GBPD); Grupo Brasileiro de Materiais Dentários (GBMD); e Sociedad Española de Odontologia Conservadora y Estética (SEOC), tradicional entidade europeia.
“Unir estas duas míticas entidades brasileiras já é, em si, um fato fantástico. De forma inovadora incorporamos a SEOC, bastante respeitada e tradicional na Europa”, diz Hirata. De acordo com o editor, manter relacionamento com entidades é fundamental para qualquer periódico. “Revista científica sem grupo científico como ‘background’ não é revista científica. Pode ser um veículo comercial, de fotos, mas científica não”, afirma.
A revista do dentista brasileiro
De acordo com Hirata, falta ao dentista brasileiro o hábito de consumir ciência. “Infelizmente, os dentistas daqui estão mais acostumados a ver sequências e fotos impactantes. Espero que eles, como são os médicos, comecem a ler mais informação científica. Brigamos tanto para sermos encarados de forma séria como são os médicos, sermos respeitados e valorizados, mas sejamos francos: os dentistas não estudam tanto quanto os médicos em termos de ciência. Entendo os dentistas ficarem irritados com esta afirmação, mas ela é correta”, polemiza.
“Estamos unindo forças para trazer ciência para o dentista e criar uma comunicação entre o mundo acadêmico e o clínico, que é tão importante”, diz o presidente da Dental Press, Bruno Furquim.
Indexações
A mudança de Revista Estética para JCDR, em 2016, deu-se principalmente pela necessidade de se ter um nome científico para indexação, e desde então o periódico passou a ser publicado também em inglês. Com isso, a revista foi ganhando espaço e se consolidando no meio internacional.
Atualmente, ela é classificada pela Capes como B4 e está indexada nas bases Lilacs, EBSCO Host, BBO e Latindex. “Estamos esperando o Scopus e o próximo passo, e o foco sempre, é o PUBMED, que foi um dos pontos chaves no momento de aceitar este convite, e de ofertar a parceria a entidades tão sérias e focadas em ensino e pesquisa, como o GBPD e GBMD”, diz Hirata
De cara nova, mas resgatando as origens
É natural que cada editor imprima seu estilo no periódico que chefia, tanto no visual como no conteúdo. Dessa forma, os leitores podem esperar da nova revista Estética um estilo mais pop e contemporâneo, marcas registradas de Hirata, tão bem traduzido pelas mãos do Diretor de Arte da Dental Press, Junior Bianchi. “Ele, que não é o designer somente da revista, mas concebeu a arte dos meus três livros, tem uma relação muito simbiótica com meu estilo pessoal e identidade. Temos uma afinidade muito grande em termos de mudar e criar”, conta.
Bianchi explica que a repaginação será completa, com novos formatos, seções, fontes e cores. “A revista ficará mais moderna, com cara de livro, porém resgatando a proposta inicial de revelar uma visão completa da Odontologia Estética Restauradora, congregando os maiores nomes da Odontologia nacional”, diz.
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O resgate do nome original, apesar de simbólico, carrega uma grande bagagem. Uma delas é a volta de Sidney Kina, que ajudou a conceber o projeto e foi o primeiro editor-chefe da publicação, entre 2004 e 2009.
Nessa nova participação, ele irá colaborar não como dentista, mas como artista e amante das artes. “Pedi ao Kina, que é um irmão, detalhar a emoção e a sensação dele ao ver alguma arte impactante; afinal esta é a mesma sensação quando nos sentimos impactados por trabalhos odontológicos impactantes. Arte é mais emoção do que estética”, diz Hirata.