A aparência do sorriso é, sem dúvida, de extrema importância, e frequentemente é apontada pelos pacientes como principal forma de avaliar o sucesso de um tratamento. Com a crescente preocupação com a estética facial, tanto pacientes quando dentistas estão mais conscientes quanto ao impacto da exposição gengival sobre a beleza do sorriso. Um estudo multidisciplinar, realizado por implantodontistas, ortodontistas e periodontistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp-Araraquara) e da Fundação Odontológica de Ribeirão Preto (Funorp), avaliou a eficácia da regeneração óssea guiada (ROG), usando enxerto ósseo xenógeno (Bio-Oss) e membrana de colágeno reabsorvível (Bio-Gide) para melhorar a estética no sorriso gengival em pacientes com crescimento maxilar vertical excessivo.
Foram incluídas 12 mulheres saudáveis, com idades entre 20 e 49 anos, com 5 mm ou mais de exposição gengival durante o sorriso amplo posado, em função do crescimento maxilar vertical excessivo. Fotografias digitais padronizadas, em repouso e sorrindo, foram realizadas – em 8 dos 12 casos, foi indicado o procedimento de aumento da coroa clínica, e a incisão inicial foi realizada de 2 a 4 mm da margem gengival. Em quatro casos, para os quais não houve indicação de aumento da coria clínica, foi realizada uma incisão intramuscular.
A regeneração óssea guiada foi realizada em todos os casos, utilizando-se mini-implantes e/ou malha de titânio , associados a Bio-Oss e Bio-Gide. Após 10 dias, as suturas foram removidas. O programa ImageTool foi utilizado oara medir a parea gengival exposta durante o sorriso, nas imagens padronizadas do sorriso em close-up, ao início do estudo e após 12 meses.
A média da área gengival exposta no início do estudo foi de 275,44 mm². Após 12 meses, os pacientes submetidos exclusivamente ao procedimento de regeneração óssea guiada apresentação redução na área exposta de 40,7%, já nos pacientes em que o aumento de coroa clínica foi associado ao enxerto, a redução foi de 60%.
A pesquisa foi publicada na edição V21N3, maio e junho de 2016, do Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO), publicação oficial da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) e Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).