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Refrigerantes e câncer: tem a ver?

Quase tudo em nosso redor é um produto químico. A química compõe o universo e sempre foi assim! Não é correto afirmar que hoje somos mais expostos a químicos do que antigamente e, por isto, temos muitas doenças que nem existiam com tanta frequência como as neoplasias malignas ou “cânceres”. Os produtos químicos compõem tudo que a natureza nos oferece de bom ou ruim, mas predominantemente são coisas boas.

O certo é mudar o argumento para: “hoje somos muito mais expostos a alguns produtos químicos incorretamente manipulados, expostos ou colocados em contato com humanos, animais e plantas do que se fazia século atrás.” A culpa não é do produto químico, mas dos humanos que os modificam, trocam de lugar e os adicionam nos alimentos. Química é sinônimo de vida e sem exagero: até o DNA ou ácido desoxirribonucleico é produto químico!

Em 1900 a média de vida era 31 anos, segundo a OMS. Claro que a frequência das doenças era outra e menor. As neoplasias malignas tendem a afetar as pessoas com mais de 30 anos e a média hoje varia de 70 a 80 anos. Não dava tempo para as pessoas contraírem algumas doenças, morria-se muito cedo.

As células têm tempo de vida limitado e se dividem para ficarem sempre jovens e funcionais. Apenas neurônios e fibras musculares são células permanentes, as demais se renovam constantemente. A cada momento temos milhões de mitoses no corpo e resulta na duplicação das células e este é o momento mais frágil, pois estão copiando os genes para seguirem na vida.

A mitose é quase um parto para a célula. Um produto químico indevido pode alterar a cópia dos genes e a célula passa a ficar descontrolada, proliferando loucamente, criando novas estruturas esdrúxulas invadindo as partes normais do corpo e levando-nos a morte. Isto também pode acontecer por ação de uma radiação qualquer como a solar ou a gerada na explosão de bombas atômicas.

Produtos químicos podem levar ao câncer, mas em uma imensidão deles poucos foram devidamente testados. Quando os resultados de um trabalho são publicados devemos questionar, repetir o trabalho, checar a metodologia, enfim, na ciência devemos ser sempre céticos!

Na alimentação processada se colocam muitos produtos químicos que antes não fazia parte das ingestões diárias. Estes conservantes, corantes, acidulantes e outros tantos passaram a fazer parte da alimentação e sem os devidos testes e alertas!

Um dos alimentos acrescidos à alimentação foram os refrigerantes. Os alimentos passam muitas horas em contato com o revestimento da mucosa intestinal, atuando de forma benéfica ou maléfica. Na parte transversal do intestino grosso ou cólon transverso, enquanto dormimos o alimento fica ali estacionado, esperando a hora de progredir em direção ao reto. Certos alimentos não deveriam ser ingeridos antes de dormir, pois seus produtos ficam horas atuando na mucosa intestinal. Um exemplo é a carne vermelha e seus produtos químicos ingeridos pelos bovinos como antibióticos, hormônios e outros, que para o homem podem ser carcinogênicos!

Um estudo na Universidade Yale e do NIH estadunidenses revelaram que ao se ingerir uma ou mais lata/dia de refrigerantes dietéticos, os 1.018 pacientes com câncer de intestino operados, obtiveram uma redução de 46% no risco de reaparecer ou de morrer pelo mesmo. O estudo publicado na revista PLoS revelou um índice considerável e coerente com os outros fatores de risco como a obesidade, sedentarismo e diabetes.

Provavelmente quem ingeriu refrigerantes dietéticos são aquelas pessoas preocupadas com o peso, obesidade e fizeram exercícios físicos para estar em boa forma e, ao mesmo tempo, controlarem o seu diabete. Essas pessoas ficam mais seletivas na qualidade, quantidade e frequência de sua alimentação.

Talvez a relação desta redução com a ingestão dos refrigerantes dietéticos não seja direta, mas sim um indicador de boas condutas por parte dos pacientes. Mas a Universidade logo soltou a seguinte manchete em seu site: “Refrigerantes dietéticos diminuem as chances de câncer de intestino.”

Novos estudos precisam confirmar estes dados, mas continua valendo: “somos o que e como comemos!”

 

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