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Pesquisas com células-tronco da polpa do dente são tema de fórum em São Paulo

_MOR6369O grupo de pesquisas em células-tronco R-Crio promoveu na quarta-feira (28), em São Paulo, um fórum voltado para jornalistas para apresentar as novas soluções e experimentos que estão sendo realizados nesta área. A ênfase foi no uso das células-tronco presentes na polpa do dente de leite e, por mais que a pesquisa ainda esteja em processo experimental, os resultados apresentados já se mostram promissores. Já existem testes utilizando as células tronco mescladas a biomaterial, que apresentam soluções inovadoras, menos dolorosas e mais simples do que o tradicional enxerto ósseo oriundo da extração de ossos da bacia do paciente.

O debate foi entre renomados pesquisadores – no período da manhã, apresentaram-se o diretor médico do Centro de Tratamentos das Anomalias Craniofaciais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Henrique Cintra; o doutor em Clínica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Diógenes Laércio Rocha; a pós-doutora em Genética Humana e células-tronco pelo Instituto de Biociência da USP e pela University of California Los Angeles, Daniela Bueno; e a doutora em Ciências pela USP, Daniela Tanikawa.

O grupo de pesquisadores destacou a importância da medicina regenerativa em pacientes com fissuras labiopalatinas, estudo já em experimentação prática “Agregam-se valores para novas tecnologias e conhecimentos [os procedimentos plásticos-cosméticos à medicina regenerativa]. A evolução, agora, caminha na direção da simplicidade”, diz Cintra.

No período da tarde, o debate foi entre o jornalista especializado em divulgação científica e doutor em Ciências, Ulisses Capozzoli; o diretor-presidente da R-Crio, José Ricardo Muniz Ferreira; a doutora em Genética pela USP Karina Griesi; e o pós-doutor doutor em Genética Roberto Fanganiello. A discussão passeou entre a importância da iniciativa privada em pesquisas de inovação científica e o uso da poupa dentária em pacientes com autismo.

Sobre o tempo de fechamento das pesquisas, o presidente da empresa ressaltou que a essência da ciência deve ser preservada. “A ciência deve acontecer respeitando suas premissas, suas próprias exigências – sempre com muito cuidado, critério e rigor.” Karina comentou, ainda, que os tramites para se fazer ciência no Brasil são complicados. “A burocracia atrapalha nosso modo de fazer ciência. Um equipamento ou material que demandamos demora em torno de três meses para chegar, enquanto nos Estados Unidos demora menos de uma semana”, diz.

De acordo com o que foi apresentado, tudo indica que os próximos dez anos serão muito importantes para as pesquisas em células-tronco em poupas dentárias e reprogramação celular, além do uso da gordura também como forma de captação de células tronco – apontando um caminho alternativo ao cordão umbilical.

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