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Falta de orientação pode atrasar a primeira visita da criança ao dentista

Primeira visita ao dentista
Dos pais que acreditam que poderiam adiar a primeira consulta ao dentista, 45% achavam que a criança não tinha idade suficiente, 25% que os dentes das crianças eram saudáveis, e 15% que a criança teria medo do dentista (Foto: Reprodução)

Um em cada seis pais que não receberam conselhos médicos acreditava que as crianças deveriam atrasar a primeira visita ao dentista até os 4 anos de idade ou mais, de acordo com a pesquisa realizada pela CS Mott Children’s Hospital, nos EUA.

Essa idade está acima da recomendada pela American Academy of Pediatrics e a American Dental Association. As instituições indicam que as crianças devam iniciar as consultas dentárias em torno de um ano de idade ou assim que surjam os primeiros dentes.

Sobre a pesquisa

Os pesquisadores entrevistaram 790 pais com pelo menos uma criança com idade entre 0 e 5 anos. As respostas indicaram que mais da metade deles não receberam orientações de profissionais da saúde sobre a primeira visita ao dentista. Desses, apenas 35% acreditavam que as visitas deveriam começar com um ano ou menos, como é recomendado.

“Visitar o dentista em uma idade precoce é uma parte essencial dos cuidados de saúde das crianças”, diz Sarah Clark, codiretora da pesquisa. “Essas visitas são importantes para a detecção e tratamento da cárie dentária da primeira infância e também uma oportunidade valiosa para educar os pais sobre os principais aspectos da saúde bucal.”

A pesquisa também constatou os motivos para que os pais achassem que poderiam adiar a consulta. Entre os 40% dos pais cujos filhos nunca foram ao dentista, 45% achavam que a criança não tinha idade suficiente, 25% que os dentes das crianças eram saudáveis, e 15% que a criança teria medo do dentista.

Dos 60% dos pais que já haviam levado os filhos ao dentista, 79% acreditam que a ida tinha valido a pena.

“Nossa pesquisa descobriu que quando os pais obtêm uma orientação clara de profissionais da saúde, eles entendem que a primeira visita ao dentista deve ocorrer em uma idade precoce. Sem essa orientação, alguns pais se voltam para a família ou amigos para obter conselhos, e podem estar ouvindo informações desatualizadas.”

Os especialistas dizem que as consultas odontológicas nos primeiros anos de vida ajudam a educar as crianças para uma higiene bucal saudável, com os pais aprendendo sobre técnicas de escovação corretas, a importância de limitar as bebidas açucaradas e a necessidade de evitar colocar as crianças na cama com mamadeira.

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As cáries da primeira infância também podem ser detectadas em idades jovens, permitindo o tratamento para evitar problemas mais sérios. Em crianças pequenas com dentes saudáveis, os dentistas podem aplicar verniz de flúor para evitar a deterioração futura.

Mesmo que um quarto dos pais que adiaram visitas dentárias tenham dito na pesquisa que os dentes dos seus filhos eram saudáveis, Clark observa que é improvável que os pais possam detectar cárie precoce.

“Os pais podem não notar deterioração até que haja descoloração, e até então o problema provavelmente se tornou significativo”, diz ela.

Clark observa outro fator que pode retardar o atendimento odontológico. As recomendações de cuidados de saúde para a primeira infância frequentemente se concentram em visitas rotineiras a provedores médicos, observa Clark.

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“Os pais ouvem diretrizes claras sobre qual idade ideal para a primeira visita ao dentista para a saúde dos filhos e, muitas vezes, agendam a consulta antes mesmo de levar seu bebê do hospital para casa. Os médicos geralmente exigem que os pais adotem um cronograma padrão para imunizações e outras medidas de cuidados preventivos”, diz ela.

Influência da renda e educação

A pesquisa ainda constatou que pais com maior renda e educação, e aqueles com seguro odontológico privado, eram mais propensos a informar que um médico ou dentista forneceu orientação sobre a melhor idade para a primeira visita ao dentista.

“Nossa pesquisa sugere que as famílias que são de baixa renda, menos educadas e usuárias do Medicaid  (programa de saúde social dos Estados Unidos para pessoas com baixo poder aquisitivo) são menos propensas a receber orientação profissional em atendimento odontológico. Isso é particularmente problemático porque as crianças de baixa renda têm taxas mais altas de cárie dentária infantil e se beneficiariam com cuidado dental precoce “, diz Clark.

“Os provedores que cuidam de populações em risco devem dedicar tempo para se concentrarem na importância das visitas odontológicas. Os pais também devem perguntar ao médico da criança ou ao próprio dentista sobre quando iniciar as consultas e como manter os dentes saudáveis”.

Fonte: Science Daily

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