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Preenchimentos que curam – como a bioengenharia pode revolucionar a odontologia

Muitos materiais dentários não interagem bem com tecidos biológicos. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Nottingham e do Instituto Wyss, na Universidade de Harvard, nos EUA, desenvolveram biomateriais sintéticos terapêuticos sensíveis à luz, que oferecem às células tronco condições naturais para a reparação e regeneração de tecidos dentários. Os pesquisadores acreditam que esses novos biomateriais poderiam ser utilizados em preenchimentos dentais, para ajudar a curar dentes danificados por doenças ou por cirurgia.

A nova abordagem promete impactar fortemente a odontologia (Foto: Pressphoto/Freepik.com)
A nova abordagem promete impactar fortemente a odontologia (Foto: Pressphoto/Freepik.com)

A pesquisa foi premiada na categoria “Materiais” da Royal Society of Chemistry’s Emerging Technologies Competition deste ano, que tem como objetivo acelerar a comercialização de tecnologias inovadoras. O grupo de pesquisadores receberá apoio personalizado de empresas multinacionais, bem como formação profissional, apoio da mídia e um prêmio em dinheiro de 3 mil libras (cerca de R$ 14 mil).

De acordo com o Dr. Adam Celiz, da Universidade de Nottingham, os preenchimentos dentais existentes são tóxicos para as células e, portanto, incompatíveis com o tecido da polpa dentária. “Em casos de doenças na estrutura interna e lesões no canal radicular, o procedimento tipicamente realizado é a remoção de tecidos afetados. Nós desenvolvemos biomateriais sintéticos que podem ser utilizados de forma similar aos preenchimentos dentários, mas que podem ser aplicados em contato direto com o tecido da polpa, para estimular a população de células naturais para a reparação e regeneração do tecido pulpar e da dentina ao redor”, explica.

Dr. Celiz acredita que a nova abordagem promete impactar fortemente a odontologia, e que este prêmio oferece uma grande oportunidade de desenvolver ainda mais essa tecnologia com as empresas parceiras. “Esses materiais podem permitir que o paciente regenere, de maneira prática e eficaz, os componentes de seus próprios dentes”, acrescenta Dr. Robert P. Pinkas, professor de bioengenharia em Harvard.

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