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Pesquisa relaciona vírus da hepatite C com câncer de cabeça e pescoço

Um estudo realizado na University of Texas MD Anderson Cancer Center mostra que a hepatite C, já relacionada ao câncer de fígado e do linfoma não-Hodgkin, está também associada ao câncer de cabeça e pescoço. A descoberta pode ter implicações imediatas na forma como os pacientes infetados com hepatite são selecionados e como pacientes com câncer de cabeça e pescoço são tratados.

A hepatite C é a doença transmitida pelo sangue mais comum nos Estados cabecaUnidos, afetando até 1,5% da população, e estima-se que há 3,9 milhões de pessoas com  infeção crônica – este número dispara para 150 milhões quando se considera a população global. Novos anti-virais com poucos efeitos colaterais tornaram possível curar cerca 90% de todos os pacientes com hepatite C.

Estudos apontam que pacientes com hepatite C tem 48 vezes mais chance de desenvolver câncer de fígado, e de 2 a 3 vezes mais risco para o linfomanão-Hodgkin, em comparação com a população em geral. Os pesquisadores detectaram um número alarmante de pacientes com câncer de cabeça e pescoço com testes positivos para o vírus da hepatite, o que sugeriu uma correlação ainda não descoberta entre os dois. Os resultados finais mostraram que a associação entre a hepatite C e os cânceres orofaríngicos e não orofarígincos  é tão alta quanto sua ligação com o linfoma não-Hodgkin.

O estudo, publicado no Journal of the National Cancer Institute, analisou retrospectivamente dados sobre 34.545 pacientes que tinham sido testados para a hepatite C, entre 2004 e 2014. Entre eles estavam 409 pacientes com câncer de cabeça e pescoço – 164 com câncer orofaríngico e 245 com câncer de não orofaríngico.

Considerando que os  cânceres de cabeça e pescoço também estão relacionados com tabagismo, a equipe de pesquisa incluiu mais  694 pacientes que sofrem cânceres relacionados com o tabagismo como um grupo de controle. Apenas 6,5% dos pacientes deste grupo testou positivo para a hepatite C.

Os pacientes com câncer de cabeça e pescoço acabaram por ter muito mais probabilidade de ter uma infecção por hepatite – 14% em pacientes com câncer orofaríngico e 20% em pacientes comc âncer não orofaríngico – em comparação com apenas 6,5%  no grupo de controle.

Uma infeção de hepatite C aumenta entre 2 e 4,96 vezes o risco de vários tipos de cânceres da cabeça e pescoço.
Estudos recentes sobre o linfoma não-Hodgkin e câncer de fígado, reportados no Lymphoma News Today, mostram que o tratamento da infeção viral pode prevenir o câncer de se desenvolver e até mesmo regredir.

As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network recomendam aos médicos tratar a hepatite C em primeiro lugar, uma recomendação que o MD Anderson Cancer Center pretende seguir.

Fonte: Oral Cancer News

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