Além de nos ajudar a comer, falar e manter uma boa saúde bucal, a saliva é uma ferramenta promissora de diagnósticos. Uma quantia mínima do fluido contém uma enorme variedade de informações, como o nível de estresse, DNA e a prevalência de certas doenças. Decifrar os segredos dessa substância natural é o objetivo do Institute for Interdisciplinary Salivary Bioscience Research, recentemente realocado para a Universidade da Califórnia, em Irvine (UCI), nos Estados Unidos.
“Contendo hormômios, enzimas, DNA e outras substâncias, a saliva pode revelar quase tudo que é encontrado no exame de sangue, mas sem a necessidade de agulhas”, diz o Dr. Douglas Granger, diretor do instituto e professor de Psicologia e Comportamentos Sociais, Pediatria e Saúde Pública na universidade. Ele recentemente mudou seu reconhecido instituto de pesquisa da Universidade do Arizona para a UCI.
Embora Granger seja um reconhecido pesquisador nessa área atualmente, realizar pesquisas com saliva não era seu objetivo quando jovem. Buscando uma alternativa livre de agulhas para investigar fatores biológicos por trás de problemas de comportamento em crianças, ele chegou até a saliva. Entretanto, os diagnósticos a partir da saliva eram primários naquela época, motivo pelo qual ele e dois colegas fundaram a Salimetrics, uma empresa que fabrica testes de saliva.
Desde então, seus esforços ajudaram a fomentar um rede mundial de laboratórios de pesquisas salivares. Atualmente, cerca de 135 projetos estão sendo executados em muitas áreas, da economia à zoologia. De acordo com o pesquisador, a saliva é o fluido de diagnósticos do futuro. “Por exemplo, vidas poderiam ser salvas ao substituir exames de sangue para doenças cardíacas por um kit caseiro de teste de saliva, que mede a proteína C-reativa, que é relacionada a problemas cardíacos”, diz Granger ao site da UCI.
Entretanto, o fluido oral não irá substituir totalmente os exames de sangue, ele salienta: “Embora a saliva tenha muitas vantagens em relação ao sangue, o sangue ainda é o melhor sinal para muitos compostos químicos que a saliva não tem”.
Nos últimos anos, muitas tecnologias alternativas à análise sanguínea surgiram na pesquisa médica. Por exemplo, cientistas alemães desenvolveram um novo dispositivo , o μbreath, que pode medir e detectar traços de vários biomarcadores de doenças específicas por meio da respiração humana.
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Diferente do sangue, saliva e respiração são maneiras fáceis e não dolorosas que podem ser testadas em muitos contextos não tradicionais. Atualmente, testes de saliva incluem vários hormônios, HIV e teste de ingestão de álcool. Além disso, muitos projetos de pesquisa trazem a esperança de que, um dia, exames salivares poderiam permitir a detecção fácil e precoce de alguns tipos de câncer, como câncer colorretal e oral, bem como doenças cardíacas ou o Alzheimer.
Fonte: Dental-tribune.com