A curcumina, composto bioativo presente na cúrcuma, tem chamado a atenção da ciência por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além do potencial para tratar doenças crônicas e neurodegenerativas. No entanto, sua baixa biodisponibilidade no organismo é um desafio para sua aplicação terapêutica, aponta um estudo conduzido pela pesquisadora Caroline Bertoncini Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, e publicado na revista Antioxidants. A informação é do Jornal da USP.
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A pesquisa ressalta que a nanotecnologia pode ser a solução para melhorar a absorção da curcumina. Por meio de nanoformulações, que encapsulam o composto em estruturas nanométricas, a biodisponibilidade da curcumina pode aumentar em até 185 vezes. Essas inovações não apenas amplificam a eficácia do bioativo, mas também abrem possibilidades para seu uso direcionado em tratamentos médicos.
Estudos revisados indicam que a curcumina possui efeitos antimicrobianos, cardiovasculares, neuroprotetores e antitumorais. Ensaios clínicos preliminares sugerem benefícios no tratamento de inflamações crônicas, doenças como Alzheimer e condições cardiovasculares. Além disso, a combinação com piperina, presente na pimenta-do-reino, mostrou aumentar a biodisponibilidade em até 2.000%.
Apesar dos avanços, a pesquisadora ressalta a necessidade de mais estudos clínicos para estabelecer dosagens seguras e recomendações específicas. Até o momento, doses de até 8 g diárias não demonstraram toxicidade.
Com a nanotecnologia, a curcumina pode se tornar um bioativo crucial no desenvolvimento de medicamentos, especialmente para doenças crônicas como artrite, diabetes e câncer. “A possibilidade de aumentar a biodisponibilidade permite que a substância atue de forma eficaz em doses menores, potencializando seu uso como medicamento direcionado”, explica Caroline.
O futuro da curcumina na medicina parece promissor, com perspectivas de aplicação em tratamentos que demandam alta eficácia e segurança.