Os resultados mostraram que homens necessitam de mais extrações que as mulheres. Os dentes mais indicados para exodontia foram os pré-molares e observou-se uma diminuição significativa de tratamentos ortodônticos com extrações dentárias ao longo dos anos, apesar desta opção de tratamento ainda estar presente na prática ortodôntica e ter uma importante indicação para muitos pacientes que procuram por tratamento.
A opção pela extração dentária com finalidade ortodôntica vem sendo debatida por mais de 100 anos. Atualmente, a decisão pela exodontia necessita de uma avaliação dentária, facial e esquelética do paciente, para que se possa obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento efetivo. O conceito atual de estética, a cooperação do paciente, o perfil facial e a idade óssea, a presença de assimetrias e as relações ântero-posteriores, assim como a presença de patologias, são fatores determinantes na decisão pela extração dentária.
O avanço na técnica de colagem do aparelho em Ortodontia e a introdução de várias técnicas, como desgaste interproximal, alinhadores termoplásticos, aparelhos funcionais, bráquetes auto-ligados, aparelhos expansores e dispositivos de ancoragem esquelética também influenciam no plano de tratamento, uma vez que estes métodos podem ser uma alternativa às exodontias, dependendo da severidade da maloclusão.
Apesar destes dispositivos promoverem expansões e espaços nas arcadas dentárias, as extrações continuam incluídas no planejamento ortodôntico que visam a melhora do perfil facial e a obtenção de resultados estáveis ao final do tratamento. Portanto, cabe ao ortodontista avaliar cada caso individualmente, com intuito de decidir pelo plano de tratamento mais apropriado, de acordo com a prática da Odontologia baseada em evidência disponível.
Os autores do trabalho são Camila de Sousa Dardengo, Mestre em Ortodontia; Luciana Quintanilha Pires Fernandes, Especialista em Ortodontia; e Jonas Capelli Junior, Doutor em Ortodontia.