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“Os ladrões de sorriso”: desde os sarcófagos egípcios até a Guerra Fria

Americanos eram instruídos a manter o sorriso limpo

A história da odontologia é repleta de curiosidades. Muitas delas foram esquecidas, outras, entretanto, são o motivo do medo inconsciente de muitos dos que frequentam os consultórios odontológicos. O historiador Richard Barnett dedicou-se a estudar os grandes marcos da odontologia e o resultado foi o livro “The Smile Stealers: The Fine and Foul Art of Dentistry” (“Os ladrões de sorrisos: a fina e grosseira arte da Odontologia”).

Algumas das principais histórias retratadas na obra mostram como a odontologia evoluiu em todos os aspectos e de maneira exponencial. Os primeiros registros de dentes com cárie foram coletados no Egito, nas antigas tumbas, e não foram encontrados quaisquer tipos de itens de higiene bucal.

O curioso é que, segundo o autor, as pastas de dentes são invenções egípcias que datam de 5000 a.C a 3000 a.C, em uma composição de mirra, pedra-pome, cinzas e cascas de ovos. A primeira escova de dente foi criada por William Addis, que utilizou osso de vaca e pelos de javali. A concepção moderna e em larga escala das escovas aconteceu em 1930 nos Estados Unidos, e as pastas de dente também passaram por grandes transições com o passar do tempo.

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Saindo das concepções de higiene e partindo para procedimentos cirúrgicos, na idade média as extrações eram feitas sem anestesia , em público e por barbeiros. A ferramenta utilizada era o famoso “Pelicano Dental”. As ferramentas foram evoluindo, mas para quem viveu no período, as coisas não eram tão simples – mesmo para a alta nobreza.

Uma história curiosa sobre as extrações é que, reza a lenda, que a Rainha Isabel I tinha todos os dentes pretos, devido ao alto consumo de açúcar (especiaria raríssima da época). Ela se negava a fazer qualquer que fosse o procedimento. Para convencê-la, um bispo teve de extrair um de seus dentes saudáveis para mostrar que o procedimento não doía tanto.

Outro tópico importante retratado no livro, já disserta sobre períodos mais modernos. Mais precisamente sobre a segunda guerra mundial. Os soldados americanos voltaram da guerra com obsessão de limpeza dental, o que refletiu no hábito de grande parte da população. Com o início da Guerra Fria, um sorriso bem tratado era uma das armas americanas. A propagando oficial dos EUA dizia que uma boa saúde dental era a maneira ideal de mostrar a superioridade sobre os soviéticos.

 

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