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Odontologia Hospitalar: dentistas em UTI auxiliam no combate à pandemia da Covid-19

Pacientes com Covid-19 são tratados na UTI por cirurgiões-dentistas que auxiliam no tratamento dos casos; Dentistas em UTI ainda não são uma realidade no Brasil, com apenas 2.120 profissionais em todo o Brasil

Novamente, a Odontologia se tornou manchete nacional. Desta vez, o tema foi a presença de dentistas nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), como forma de controle de infecções que podem surgir da boca.  Tradicionalmente, as equipes de UTI são multidisciplinares e, durante a pandemia da Covid -19 – desde março do ano passado – , o trabalho de cirgurgiões-dentistas têm auxiliado os pacientes em recuperações mais rápidas.

Em Brasília, por exemplo, o Hospital Regional da Asa Norte foi o primeiro a receber pacientes com o coronavírus. A partir do início do trabalho intensivo no tratamento de pacientes acometidos pela doença, o trabalhos dos dentistas da unidade ficou ainda mais intenso, com novos protocolos de segurança como diretriz para manter a saúde dos profissionais. Estudo mostram, inclusive, que fica na boca a maior carga viral, devido à presença de saliva e secreções.

“No início foi bem difícil, em alguns momentos achei que não conseguiria. A verdade é que meu trabalho é muito gratificante porque sei que posso fazer a diferença em um momento crucial da vida de cada paciente”, explicou Gláucia de Ávila Oliveira à Agência Brasilía.

Uma pesquisa publicada pelo International Denta Journal – ainda antes da pandemia, em 2018 – mostrou que o cuidado odontológico, desde a simples escovação até restaurações, preveniu 56% das infecções respiratórias, como pneumonia, em pacientes em ventilação mecânica. Segundo o CFO (Conselho Federal de Odontologia), o número de profissionais do gênero que trabalham na chamada “Odontologia Hospitalar” é baixo – cerca de 2.120.

Não existe nenhuma legislação que obrigue hospitais oúblicos a terem em seus quadros dentistas, embora muitos tenham a figura do cirurgião buco-maxilo-facial que, fora do contexto da pandemia, é normalmente acionado para tratar casos graves de trauma no crânio. O trabalho de higiene bucal nas UTIs é normalmente feito por enfermeiros e técnicos de enfermagem, de forma geral, no Brasil.

Para diagnóstico

Alguns sintomas e sinais da Covid-19 podem ser identificados na boca, o que invlui distúrbios do paladar – que foram relatados insistentemente por diversas pessoas que foram contaminadas no decorrer de mais de 12 meses de pandemia. Segundo Gláucia, alguns dos sintomas podem estar relacionados com alterações neurais, gengivite descamativa e ulcerações não específicas nas mucosas.

“Ainda é desconhecido se essas condições são causadas diretamente pela infecção da Covid-19 ou se são decorrentes de alterações do sistema imunológico ou de reações ao tratamento sistêmico recebido durante o curso da doença”, relatou a profissional à Agência Brasília.

Você pode ler mais sobre esse assunto em diversos veículos de comunicação, que cobriram histórias de dentistas que se dedicaram em UTIs, durante todo o período da pandemia e em diversas partes do Brasil: aqui, aqui e aqui.

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