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Odontologia do Esporte aprimora a saúde dos atletas nacionais

Foto: Rodolfo Oliveira/ AG. PARÁ via Fotos Públicas

A Odontologia do Esporte, segundo o CFO (Conselho Federal de Odontologia), é a especialidade com menor número de profissionais no Brasil. Ao todo, a especialidade tem 27 profissionais credenciados no país – sendo que 24 são do sexo masculino e três são do sexo feminino. O número é bastante inferior em relação às especialidade mais tradicionais da área, como Ortodontia (26.932), Endodontia (15.831) e Implantodontia (15.675), por exemplo.

Apesar de o número ser baixo, há uma série de implicações odontológicas que se aplicam em diferentes modalidades esportivas. Por isso, o Lapoebi (Laboratório de Pesquisa em Odontologia do Esporte e Biomecânica) – da Faculdade de Odontologia da USP (Universidade de SãoPaulo) –, está desenvolvendo um estudo dos materiais para protetores faciais e bucais, isotônicos e suplementos alimentares, e suas relações entre a saúde bucal do atleta ao restante do organismo e as influências desses materiais no equilíbrio e postura do atleta.

No Brasil, a Odontologia do Esporte surgiu em 1958 – para acompanhar a Seleção Brasileira de Futebol –, com o pioneirismo de Mário Trigo. “Desde então, ela tem um lugar especial na equipe médica em torno do atleta”, conta uma das responsáveis pelo Lapoebi, Neide Pena Coto. Segundo ela, os suplementos alimentares e isotônicos provocam um desgaste no esmalte do dente. “Isso pode, no mínimo, causar uma hipersensibilidade dentinária – aquela dor aguda –  que pode prejudicar o desempenho do atleta”, enfatizou a pesquisadora.

A especialista também aponta a possibilidade de bactérias orais prejudicarem feixes musculares. “Tem bactérias orais que estão presentes na doença periodontal – perio, em volta do dente – e já temos trabalhos mostrando que essas bactérias têm predileção por feixes musculares, porque elas são simpáticas ao colágeno e feixes musculares em musculatura longa são ricos em colágeno. Então elas chegam a migrar para esses locais.”

Outra questão abordada por Neide é que nem todas as modalidades esportivas obrigam os atletas a utilizarem equipamentos de proteção. Ela é contra esse posicionamento. “Acho que o mínimo risco pode ser abrandado com um dispositivo que é fácil de fazer”, afirma, após contar o caso de uma nadadora de salto ornamental ter fraturado nariz e dente: um caso raro, mas que pode acontecer.

 

Reportagem com informações do Jornal da USP, do repórter Caroline Aragaki

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