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Odontologia além do mocho: novas competências e habilidades requeridas pela profissão – por Alan Binotto

Alan BinottoAlan Binotto

Especialista em Ortodontia – Uningá-PR, com MBA em Gestão Empresarial (FGV); Mestre em Ensino Odontológico e Doutor em Ortodontia pela Ulbra; Diretor Instituto Eleva de Ensino e Sócio consultor da Business & Dental.

 

O primeiro curso de Odontologia do Brasil foi aberto em 25 de outubro de 1884.  A formação era eminentemente prática, até porque os tutores seriam todos “práticos” daquela época, quando a ciência ainda emergia embrionária, incipiente. Com passar dos anos a profissão se alicerçou cada vez mais em evidências científicas, mesmo assim, o perfil do ensino odontológico no país seguiu se desenvolvendo focado na técnica e na doença. Por quase toda história o curso de graduação foi dividido em ciclo básico e profissionalizante, valorizando ainda mais a característica profissional tecnicista, onde o dentista tem, ainda hoje, dificuldade de entender o paciente como uma pessoa, integral, ampla e complexa, com uma história, anseios, hábitos e perspectivas, e não sendo apenas um dente.

O mundo mudou. A Odontologia mudou. Se por anos o sucesso era dependente apenas do desenvolvimento de competências (poder fazer) e habilidades (saber fazer) relacionadas as técnicas específicas da assistência clínica, hoje não mais. O cenário do ensino, do ofício e da saúde bucal tem outra realidade. O número de cursos de graduação saltou de 90 (1996) para 212 (2013), formando aproximadamente 10.000 novos dentistas por ano, concentrados principalmente nas regiões sul e sudeste, onde também estão o maior número de faculdades. A prevalência da doença bucal diminuiu, o total de dentistas aumentou (Brasil: 280.000 dentistas, que representam 20% dos dentistas do mundo), coerentemente com essa relação de oferta e demanda, a média dos honorários são menores, levando a uma sobre jornada de trabalho para aumentar os rendimentos, comprometendo a saúde (80% reclamam problemas de saúde em virtude da atividade) e qualidade de vida como um todo. Ainda corporações encontraram na Odontologia um bom e aberto negócio, explorando fortemente a mão de obra excedente e, portanto barata, sobrepondo a mercantilização frente a promoção de saúde, desequilibrando mais o mercado.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2002, no inciso V, que trata das competências e habilidades da atividade, percebendo a necessidade de evolução do perfil profissional estabeleceram que, além de tecnicamente preparado, os cirurgiões-dentistas contemporâneos requerem conhecimentos de gestão, marketing e pessoas.  Devem estar aptos a atuarem como gestores, empregadores ou lideranças, tanto em âmbito público quanto privado. Sem dúvida, hoje o conhecimento de Gestão e Marketing é primordial para prestar um serviço mais eficiente e se manter competitivo, para assim garantir a sobrevivência e crescimento de sua clínica ou consultório.

É com muita honra que, a partir de agora estaremos periodicamente aqui perto de vocês discutindo tudo sobre a Odontologia além do mocho, fundamental para a conquista do sucesso! Fiquem conosco e até a próxima.

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