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“O QUALIS de uma revista científica”, por Gabriela Granja Porto

Gabriela Porto é a Editora-Chefe da JBCOMS

**Editorial publicado originalmente na Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery**

Há muitas dúvidas, principalmente para os que estão iniciando a carreira acadêmica, sobre o que significa o QUALIS, para que serve ou como é feita a classificação.

O QUALIS é um sistema brasileiro para avaliar periódicos mantida pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). É usado para avaliação dos programas de mestrado e doutorado do país e é realizado anualmente por uma comissão definida por esta fundação vinculada ao Ministério de Educação do Brasil.

Essa avaliação leva em consideração diversos fatores. Entre eles, estão o número circulante de exemplares do periódico, o número de base de dados em que está indexado, o fator de impacto que apresenta, etc. Os extratos podem ser classificados em 8 níveis: A1 (o mais elevado), A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C (peso zero). Vale ressaltar que essa avaliação é indireta; por esse motivo, um periódico pode ter um QUALIS mais alto numa área e mais baixo em outra. Para beneficiar os jornais brasileiros, mesmo com fator de impacto baixo, essa comissão tem realizado o fator de equivalência alguns desses jornais. Por exemplo, um periódico brasileiro que possui um fator de impacto para ser classificado como B1 pode ser beneficiado com esse fator de equivalência e passar a ser A2.

Esse processo de avaliação tem recebido críticas especialmente no que se refere a um dos critérios ser o fator de impacto publicado apenas pela JCR (Journal Citation Reports). Mesmo que haja discordância sobre como essa avaliação é realizada, é bom sempre lembrar que é a que se encontra em vigência. Desse modo, temos que nos adequar a ela, mantendo e estimulando esse ciclo. Para isso, é preciso promover a citação dos artigos de autores brasileiros (tema abordado no editorial anterior), bem como intensificar os esforços dos editores, revisores e autores para aumentar a qualidade dos artigos produzidos. Ao mesmo tempo, é necessário pressionar as agências governamentais de fomento tanto a nível federal (CAPES e CNPq) quanto a nível estadual para que o financiamento de todo processo, desde as pesquisas científicas até a publicação dos resulta- dos sob forma de artigos, seja garantido.

– Dra. Gabriela Granja Porto, Editora-Chefe do JBCOMS (Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery) –

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