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Nova pesquisa explora os efeitos dos morangos na terapia de câncer bucal

Uma nova pesquisa sobre os compostos químicos do morango associados a prevenção do câncer bucal, sugere que o consumo de morangos afeta também ao ambiente oral de fumantes.

Estudos laboratoriais anteriores já sugerem que o consumo regular de morangos inteiros tem um potencial estratégico na prevenção do câncer oral e esofágico. Agora, pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, se propuseram a analisar como os componentes químicos inibidores do câncer, presentes na fruta, afetam o microambiente oral em fumantes. Os resultados iniciais apresentados recentemente revelaram algumas diferenças intrigantes entre fumantes e não fumantes.

“Quando as pessoas comem morangos, elas mastigam e engolem a fruta rapidamente. Queríamos desenvolver um método de aumentar a exposição na boca dos fitoquímicos benéficos que têm sido associados com a prevenção do câncer bucal, e olhar para as potenciais diferenças da metabolização de enzimas salivares em fumantes e não fumantes”, explicou o líder do estudo Dr. Jennifer Ahn-Jarvis, pós-doutorando da Faculdade de Odontologia do Estado de Ohio.

Como foi feita a pesquisa?

Nessa abordagem, Ahn-Jarvis e sua equipe projetaram um ensaio clínico piloto para analisar os efeitos de um doce de morango especialmente desenvolvido (com o equivalente nutricional de duas xícaras e meia de morangos inteiros) em um grupo de fumantes ativos, ​​em comparação com um grupo de indivíduos que nunca haviam fumado. Para estabelecer  as diferenças na atividade enzimática salivar entre os dois grupos, os participantes foram convidados a consumir o doce de morango ou um placebo quatro vezes por dia durante uma semana, e seguir uma dieta ausente de outros frutos ou legumes vermelhos e roxos.

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A equipe coletou amostras de saliva e tecido oral, nas quais observaram diferenças significativas na atividade da enzima salivar, e nos metabolitos do morango na boca de fumantes e não fumantes. Além disso, os pesquisadores investigaram a expressão de um seleto grupo de 44 genes associados com a fumaça de cigarro e o risco de câncer oral, e que foram capazes de validar sete genes independentemente associados com fumantes versus não-fumantes.

Quais foram os resultados?

“Estes dados iniciais confirmaram que algo é muito diferente sobre o ambiente bucal dos fumantes, o que pode, em última instância, influenciar não só o risco de câncer, mas também a eficácia potencial das estratégias de prevenção de câncer baseada em alimentos”, concluiu Ahn-Jarvis. “O desenvolvimento bem-sucedido e o uso do nosso novo sistema, abre o caminho para seu uso em um estudo maior, o que nos permitirá avaliar com mais precisão os efeitos do fumo e morangos nos parâmetros moleculares relacionados ao desenvolvimento do câncer bucal”.

Uma análise adicional dos dados do estudo está em andamento para determinar se há uma correlação entre o tempo de exposição oral às antocianinas e a redução do risco de câncer oral entre os fumantes, entre outros estudos.

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Os resultados iniciais do estudo foram apresentados pela primeira vez na reunião anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, realizada este mês em Washington (EUA).

Fonte: DentalTribune

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