O Ministério da Saúde lançou, recentemente, o SIMAPES – Sistema de Monitoramento da Educação na Saúde. O SIMAPES é um sistema que utiliza da coleta e análise de dados dos cursos de gradução na área da saúde, como odontologia, enfermagem e medicina, para avaliar a qualidade do campo de atuação prático desses profissionais em formação.
O SIMAPES é um projeto idealizado pela Secretaria de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O objetivo central desse sistema de mapeamento é compreender a relação entre a oferta pelos cursos de graduação e cursos técnicos na área da saúde e a estrutura fornecida pelo SUS – Sistema Único de Saúde, na rede de serviços.
Segundo o que informa o Ministério da Saúde, o SIMAPES permitirá aos gestores uma ampliação da estrutura desses cursos de formação, como a possibilidade de criação de novas áreas e de melhorias na qualidade desses cursos, além de mudanças curriculares, adequando os cursos às suas realidades locais, além de aperfeiçoamentos estruturais, com a promoção dos dados disponibilizados pela plataforma ao Ministério da Saúde.
Ainda conforme dados disponibilidades pelo Ministério da Saúde (os dados mais recentes datam do ano de 2019, porém, através da plataforma, é possível consultar dados desde o ano de 2010) por meio do painel dinâmico da odontologia, no Brasil 429 instituições de ensino superior ofertam o curso de graduação em odontologia. Estes cursos de graduação estão disponíveis em 234 municípios espalhados por todo o país, sendo 375 ofertados em instituições privadas de ensino e 54 em instituições públicas de ensino.
Em 2019, último ano da análise destes dados, o público total de estudantes de odontologia era composto, em sua maioria, por mulheres, sendo 95 mil mulheres matriculadas na graduação, enquanto os homens ocupavam 38 mil dos estudantes inscritos.
Além da análise de gênero, o SIMAPES também indicou uma análise de raça dos estudantes da graduação em odontologia. Dos 133 mil graduandos em 2019, 2 mil se autodeclararam como amarelos; 67 mil se autodeclararam como brancos; 1 mil se autodeclararam como indígenas; 39 mil se autodeclararam como pardos e 6 mil se autodeclararam como negros.
Para além da graduação, o Sistema de Monitoramento da Educação na Saúde também analisou dados dos profissionais atuantes na sociedade brasileira. No ano de 2019, 205 mil cirurgiões-dentistas exerciam a profissão em todo o território nacional.
A plataforma ainda divulgou dados analisados distintamente pelas 5 regiões do Brasil. Na área de atuação profissional, a região norte conta com 11 mil cirurgiões-dentistas; a região nordeste registrou 41 mil cirurgiões-dentistas; no centro-oeste brasileiro, 15 mil cirurgiões-dentistas foram contabilizados; a região sudoeste do Brasil desponta como a localidade com mais profissionais, com 101 mil cirurgiões-dentistas; já a região sul obteve um registro de 36 mil cirurgiões-dentistas.
Dentro da plataforma do painel dinâmico da odontologia é possível consultar dados referentes à cidades, estados, instituições de ensino superior e regionais de saúde. A consulta também pode ser realizada por mês ou ano.
SOBRE O SIMAPES
A portaria do Governo Federal que instituiu o SIMAPES foi publicada ainda no ano de 2020. Segundo o que aponta o documento, o projeto piloto terá duração de quatro anos, onde, neste período, os dados totais coletados devem ser analisados e avaliados pelas câmaras técnicas do Ministério da Saúde acerca de sua permanência.
De acordo com o Governo Federal, o sistema de mapeamento é tido como um projeto inédito do Ministério da Saúde e sua sistematização só é possível através da análise de dados do e-MEC, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES) e do Sistema de Reestruturação da Informação da Atenção Básica em Nível Nacional (e-SUS AB).