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Mini-implante facilita no tratamento de discrepâncias transversais em adultos, diz pesquisa

Pesquisadores da FOB-USP de Bauru e da IGEO de Caxias do Sul (RS), a partir da análise de sete casos clínicos de discrepâncias transversais em adultos que utilizaram diferentes abordagens de tratamento, concluíram que o tratamento realizado com mini-implantes seria o mais vantajoso, pois liberta o profissional da necessidade de colaboração dos pacientes e amplia as possibilidades de tratamento, tornando mais fáceis os casos antes considerados complexos ou inviáveis para os métodos tradicionais de tratamento ortodôntico.

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Qual a importância do estudo?

A necessidade de tratamento das deficiências transversais em pacientes com crescimento craniofacial finalizado aumentou nos últimos anos, em decorrência da crescente demanda de pacientes adultos em busca de uma melhor estética facial e dentária.

O problema transversal é, comumente, caracterizado pela mordida cruzada posterior; porém, é muito comum nas más oclusões de Classe II, como compensação ao relacionamento da maxila com a porção mais estreita da mandíbula, mesmo quando o cruzamento não está presente.

Alguns trabalhos demonstram que aproximadamente 9,4% de toda a população e quase 30% dos pacientes ortodônticos adultos apresentam o problema.
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Essa quantidade é relativamente alta e também preocupante, devido às controvérsias relacionadas ao tratamento não cirúrgico nos adultos, à dificuldade de tratamento no período de maturação esquelética completa, à consequente falta de estabilidade no período pós-tratamento e, também, pelo fato de nem todos os pacientes terem condições financeiras de se submeter ao tratamento cirúrgico ou, mesmo, estarem dispostos a isso.

O estudo, intitulado “Tratamento das discrepâncias transversais em adultos: racionalização das alternativas ortodônticas e ortopédicas”, demonstra as possibilidades ortodônticas e ortopédicas clássicas para tratamento das discrepâncias transversais em adultos, e as mudanças no plano de tratamento e prognóstico resultantes da incorporação do método mais recente de trabalho (MARPE, Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expansion); bem como descrever a instalação e ativação do aparelho nessa técnica, além de discutir os prós, contras e as indicações de cada modalidade de tratamento.

Conclusões

A mecânica de distalização unilateral de molares utilizando mini-implantes para ancoragem é uma realidade clínica para os ortodontistas. A inserção dos mini-implantes na região da crista infrazigomática vem sendo advogada na literatura e permite maior versatilidade biomecânica dos movimentos ortodônticos, uma vez que a posição alta do parafuso livra as raízes de uma provável interferência no deslocamento dentário.

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Portanto, os MIs libertam os profissionais da necessidade de colaboração dos pacientes e ampliam as possibilidades de tratamento, tornando mais fáceis os casos antes considerados complexos ou inviáveis para os métodos tradicionais de tratamento ortodôntico. Conclui-se que a biomecânica de distalização unilateral maxilar com o uso de ancoragem esquelética extra-alveolar vem permitindo alcançar resultados previsíveis, com colaboração mínima do paciente e poucos efeitos colaterais, além de ser um método mais simples do que o uso das miniplacas.

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