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Dispositivo de avanço mandibular melhora apneia de sono severa

Aparelhos bucais MAD que tratam a apneia obstrutiva do sono (AOS) severa movendo a mandíbula pra frente parecem obter melhora no sono de pacientes. No entanto, de acordo com os últimos resultados de uma investigação, eles não reduzem os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

apneia
O dispositivo CPAP é o mais indicado para apneia, porém pouco utilizado por causar desconforto ao paciente. (Fonte: Reprodução)

Aparelho MAD?

Pesquisadores franceses realizaram um estudo envolvendo 150 pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS) grave e sem doença cardiovascular. Eles foram submetidos a um tratamento usando um dispositivo de avanço mandibular (MAD) ou um aparelho bucal falso por dois meses.

Assim, eles descobriram que a terapia MAD melhorou significativamente os índices de apnéia-hipopneia (AHI), índices de micro-excitação e sintomas de ronco, fadiga e sonolência. No entanto, não melhorou a função endotelial, um importante preditor de doença cardiovascular, ou menor pressão arterial.

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Porque o MAD?

O método CPAP (pressão positiva nas vias aéreas) é considerada o padrão-ouro no tratamento da AOS. No entanto, muitos pacientes acham desconfortável, tornando o tratamento com MAD a alternativa mais comumente prescrita.

Os pacientes no presente estudo tinham uma pontuação AHI ≥ 30, com idade entre 18 a 70 anos e 86% eram homens. Nenhum apresentava sinais de doença cardiovascular, e embora os índices de AHI fossem indicativos de apneia grave do sono, os participantes relataram apenas sonolência diurna leve.

Prós e Contras

O estudo concluiu que a adesão ao tratamento com MAD foi alta, conforme monitorado pelos pesquisadores usando um micro-sensor embutido, e ainda demonstrou a eficácia da terapia MAD na redução dos sintomas em pacientes com AOS grave que não toleram CPAP, disse Gagnadoux.

Porém, ainda são necessários mais estudos para determinar se a terapia MAD pode melhorar a função endotelial em pacientes com AOS que apresentam disfunção endotelial ou têm sinais evidentes de doença cardiovascular ou distúrbios metabólicos.

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De acordo com os autores, as conclusões negativas sobre os resultados da pressão arterial não devem ser generalizadas para todos os pacientes com AOS, porque os participantes compartilharam características associadas a redução da pressão arterial em resposta à terapia com AOS, incluindo baixa prevalência de hipertensão e sonolência diurna leve.

O estudo, intitulado “Impact of mandibular advancement therapy on endothelial function in severe obstructive sleep apnea“, foi publicado em 27 de janeiro antes da impressão no American American Thoracic Society Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.

Leia o artigo na íntegra em inglês aqui.

Fonte: DentalTribune

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