A Hipomineralização molar-incisivo (HMI) é uma patologia cada vez mais comum e consiste em um problema de mineralização do esmalte do dente que pode levar a grandes perdas de estrutura dental, mesmo em crianças que nunca apresentaram lesão de cárie. Clinicamente nota-se a presença de manchas irregulares com coloração amarelada, bege ou acastanhada. A HMI acomete cerca de 16% das crianças do mundo, mas as estimativas da prevalência de HMI podem chegar a 50% em estudos populacionais.
Porque isto ocorre?
De acordo com Karina Zecchin, responsável pelo atendimento odontológico da clínica Hope de Campinas, várias podem ser as causas da HMI, uma vez que as células que fabricam o esmalte do dente, chamadas ameloblastos, são muito sensíveis a agressões térmicas, como uma febre muito alta, infecções como as otites, traumas, deficiências nutricionais e demais alterações que possam acometer a mãe e o bebê durante a gestação, ou a criança durante os três primeiros anos de vida, quando ocorre a formação dos molares e incisivos permanentes.
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“Como o esmalte não é bem formado, muitas vezes ocorre perda de estrutura do dente com a formação de cavidades que favorecem o surgimento de lesões de cárie. A perda do esmalte também expõe a dentina (tecido que fica logo abaixo do esmalte), levando à sensibilidade dentinária nas crianças acometidas”, explica.
Grandes perdas de tecido da coroa dos molares também podem gerar sérios problemas de oclusão. O dente afetado pela HMI pode ser muito sensível tanto a estímulos frios quanto quentes. Quando ocorre nos incisivos, a principal queixa das crianças e adolescentes se refere à estética, que pode mexer com sua autoestima.
Qual o tratamento?
O tratamento da HMI varia conforme o grau de comprometimento dos dentes envolvidos e consiste, principalmente, no controle e prevenção da doença cárie e na melhoria estética das manchas nos dentes anteriores. Zecchin destaca que a orientação de escovação dental, o uso de creme dental com a quantidade indicada de flúor, selantes, coroas e microabrasão fazem parte do arsenal de medidas terapêuticas usadas pelo odontopediatra para o tratamento da HMI.
A cirurgiã-dentista ressalta que não há como impedir a formação da HMI visto que são muitas as condições que podem levar ao seu aparecimento, mas um bom acompanhamento com o médico obstetra e, após o nascimento, com o odontopediatra, pode permitir o diagnóstico precoce e a melhor forma de tratamento para a HMI.
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Fonte: Assessoria de Imprensa