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Higiene oral de pacientes na UTI diminui o risco de infecções

higiene oral
Atuação de dentistas na UTI reduz em até 56% problemas respiratórios em pacientes e até 30% o tempo de internação. (Foto: reprodução)

O descuido com a higiene oral em pacientes hospitalizados ou com distúrbios psiquiátricos e neurológicos pode acarretar agravamento na saúde ou outras doenças.

Pacientes internados em UTI, entubados ou não,  necessitam de mais atenção. Mesmo que recebam cuidados básicos de higiene oral pela equipe de enfermagem, há ainda riscos de infecções provenientes da cavidade oral.  Pesquisas indicam que a atuação de dentistas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), com serviços profissionais avançados, reduz em até 56% problemas respiratórios em pacientes e até 30% o tempo de internação.

A infecção respiratória é o tipos infecção hospitalar mais frequente e afeta principalmente pacientes em tratamento na UTI. Dados da literatura médica mostram que até 50% dos pacientes que contraem pneumonia associada à ventilação mecânica não sobrevivem. Segundo Fernando Bellissimo-Rodrigues, professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), as bactérias que causam as infecções respiratórias muitas vezes migram para os pulmões a partir da cavidade bucal.

Influência da higiene oral em outras doenças

A falta de  controle de bactérias por meio da limpeza dos dentes e da língua pode desencadear a disbiose, definido como o desequilíbrio entre os microrganismos benéficos e patogênicos à saúde no intestino e pode atingir, além de pacientes internados em hospitais, pessoas que desconhecem a necessidade da higiene bucal, por falta de informações, ou que tenham limitações física ou mentais.

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Essas pessoas “podem apresentar saburra lingual mais espessa, com modificação da microbiotabucal, o que pode alterar as enzimas digestivas, a digestão de determinados nutrientes e ainda, a microbiotaintestinal”, afirma Dra. Cristina Gottlieb, dentista e biomédica em biomodulação hormonal.

Os principais sinais e sintomas da disbiose são: deficiência da absorção de vitaminas, cansaço, inativação de enzimas digestivas, má digestão, fermentação excessiva, não-conjugação de sais biliares, comprometimento da absorção de gorduras, produção de promotores tumorais e destruição da mucosaintestinal. A doença está também relacionada com a deficiência de vitamina B12, esteatorreia, síndrome do cólon irritável, artrite reumatoide, câncer de mama e cólon, psoríase, eczema, acne e fadiga crônica.

Projeto de Lei

O Projeto de Lei 2.776 de 2008, do Deputado Neilton Mulim (PR-RJ), quer tornar obrigatória a presença de dentistas em todas as unidades de terapia intensiva (UTIs), assim como em clínicas e hospitais públicos e privados em que haja pacientes internados. Em 2013, o Projeto de Lei foi aprovado com unanimidade pelo Senado Federal.

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