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Estudo relaciona lapso de memória à Covid-19

Corona Viruses against Dark Background

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) identificaram altos índices de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos em pacientes que se recuperaram da Covid-19. O estudo levou em consideração pacientes que contraíram a doença em forma moderada e grave. Foram analisados 425 pacientes.

O estudo mostrou que mais da metade dos pacientes percebeu que houve piora na memória, depois de ter contraído a doença; Mais de 13% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. Ansiedade generalizada foi identifica em 15 a cada 100 pacientes, sendo que, em 8%, o problema surgiu após terem sido contaminados com o coronavírus.

Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista General Hospital Psychiatry. O estudo teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

“Nenhuma das alterações cognitivas ou psiquiátricas observadas nesses pacientes se correlaciona com a gravidade do quadro. Também não vimos associação com a conduta clínica adotada no período de hospitalização ou com fatores socioeconômicos, como perda de familiares ou prejuízos financeiros durante a pandemia de covid-19”, disse Rodolfo Damiano, médico residente do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP e primeiro autor do artigo.

Segundo o estudo, o fato de não ter sido encontrada uma correlação clara entre a condição psiquiátrica e a magnitude da doença na fase aguda ou fatores psicossociais – incluindo os de natureza socioeconômica ou vivências traumáticas – corrobora a hipótese de que alterações tardias relacionadas à infecção pelo sars-cov-2 (como processos inflamatórios associados a alterações imunológicas, danos vasculares associados a coagulopatias ou a própria presença do vírus no cérebro) teriam papel na origem dos transtornos.

“A presença de manifestações clínicas, como perdas cognitivas, cefaleias, anosmia [perda do olfato] e outras alterações neurológicas nesses pacientes contribuem com evidências adicionais de que essas alterações psiquiátricas possam refletir a ação do sars-cov-2 no sistema central.”

Fonte: Karina Toledo/ Agência Fapesp

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