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Estudo da Universidade de Columbia mostra a relação de bactéria presente na boca com o câncer de cólon

Pesquisadores da Universidade de Columbia constataram como uma bactéria que se encontra corriqueiramente na boca, pode acelerar o crescimento de câncer de cólon. O estudo pode ajudar a prever esse tipo de doença e identificar novos focos de tratamentos. A bactéria F. Nucleatum – muitas vezes encontrada em cáries dentais –, segundo os pesquisadores, acelera o crescimento do câncer de cólon. O estudo foi publicado na revista EMBO Reports.

Porque essa é uma descoberta importante?

As descobertas podem facilitar a identificação e o tratamento de câncer de cólon mais agressivos. Também ajuda a explicar porque, em alguns casos, a doença avança de maneira mais rápida do que em outros. A resposta é graças a mesma bactéria encontrada na placa dentária.

Plano de fundo

O câncer de cólon é a segunda causa principal de morte por câncer nos Estados Unidos. Os pesquisadores sabem há tempos que a doença é causada por mutações genéticas que, normalmente, se acumulam ao longo de uma década.

“As mutações são apenas parte da história. Outros fatores, incluindo micróbios, também podem desempenhar um papel de agravamento da doença”, disse o líder do estudo, Dr. Yiping W. Han,  professor de ciências microbianas na Columbia University’s College of Dental Medicine e na  Vagelos College of Physicians & Surgeons

Num estudo anterior, a equipe de pesquisa de Han já havia descoberto que a bactéria F. Nucleatum produz uma molécula chamada adesina FadA, desencadeando uma via de sinalização nas células do cólon que tem sido implicadas em vários tipos de câncer. Também descobriram que a adesina FadA estimula apenas o crescimento de células cancerígenas, e não de células saudáveis. “Precisávamos descobrir por que o F. nucleatum parecia interagir apenas com as células cancerígenas”, disse Han.

O que o estudo encontrou

No estudo atual, os pesquisadores descobriram em culturas de células in vitro,  não cancerígenas do cólon, que não possui uma proteína chamada Anexina A1, que estimula o crescimento do câncer. Confirmaram, então, in vitro e depois em ratos que a deficiência da anexina A1 impedia que o F. nucleatum se ligasse às células cancerosas, retardando seu crescimento. Os pesquisadores também descobriram que F. nucleatum aumenta a produção de Anexina A1, atraindo mais bactérias.

“Identificamos um ciclo de feedback positivo que piora a progressão do câncer. Propusemos um modelo de dois hit, onde as mutações genéticas são as primeiras a serem atingidas e a F. Nucleatum serve como segundo hit, acelerando a via de sinalização do câncer e acelerando o crescimento do tumor”, disse Han.

Artigo original ScienceDaily: “How a common oral bacteria makes colon cancer more deadly”

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