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ERMAC pode causar alterações no tecido periodontal

Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) avaliou pacientes submetidos à expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC) e constatou que o procedimento — que reduz a resistência das suturas e corrige a mordida cruzada posterior em adultos — pode causar alterações no tecido periodontal. Os resultados foram publicados na edição v23n1 do Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO).

ermac

Antes do início do tratamento ortodôntico, os 17 participantes do estudo foram submetidos a controle periodontal e orientados e motivados sobre controle efetivo da placa e higiene bucal. Um aparelho expansor Biederman com um parafuso Hyrax de 13 milímetros foi fabricado e cimentado aos primeiros pré-molares e primeiros molares uma semana antes do procedimento cirúrgico.

Para a realização da avaliação periodontal, os pesquisadores analisaram os seguintes parâmetros nos incisivos, primeiros pré-molares e primeiros molares superiores: nível clínico de inserção, recessão gengival, índice de sangramento e quantidade de gengiva inserida, em três tempos distintos: inicial, cinco dias e seis meses após a realização da cirurgia.
Eles observaram aumento significativo no nível clínico de inserção, recessão gengival e sangramento entre as avaliações. Com relação à quantidade de gengiva inserida, os autores observaram diminuição entre os tempos avaliados.

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De acordo com os estudiosos, o trabalho responde a um questionamento muito frequente entre ortodontistas e cirurgiões bucomaxilofaciais sobre as complicações periodontais ocasionadas pela técnica cirúrgica realizada a partir de osteotomia Le Fort I subtotal, com separação da tuberosidade maxilar do platô pterigóide e osteotomia da região anterior da maxila. “A saúde periodontal a longo prazo está relacionada com a inclinação vestibular dos dentes de ancoragem do aparelho expansor e à condição periodontal dos dentes após o tratamento”, explicam no texto.

Durante a ERMAC, se a resistência à abertura da sutura palatina mediana é muito forte, a fratura pode não ocorrer simetricamente. Os profissionais recomendam que, após a cirurgia, radiografias periapicais e oclusais devem ser obtidas para avaliação da linha de fratura. Além disso, os incisivos centrais devem ser cuidadosamente examinados e as profundidades de sondagem comparadas com os valores iniciais. “A inclinação vestibular excessiva dos dentes posteriores pode levar à formação de deiscências ósseas, contribuindo para a recessão gengival”, completam.

Diante dos resultados obtidos, observou-se a necessidade da realização da técnica cirúrgica de forma apropriada com manipulação cuidadosa dos tecidos gengivais.

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