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Entrevista com: Luis Guillermo Peredo Paz

O Dr. Luis Guillermo Peredo Paz é boliviano, reside em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, fala português perfeitamente e sem sotaque.

É muito reconhecido na América Latina por ter pertencido ao grupo de profissionais dos Seminários Odontológicos Latino-Americanos Nova Geração (SOLA NG) e da Academia Internacional de Odontologia Integral, sobretudo porque, nos países onde ministra seus cursos e conferências, deixa a marca da qualidade dos seus trabalhos e o amplo conhecimento da Odontologia Integrada, adquiridos não apenas em suas quatro especializações, mestrado e doutorado, cursados no Brasil, mas também por sua inquietude de estar sempre atualizado em todas as áreas. 

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Em sua defesa de dissertação de mestrado em Implantodontia, teve como banca examinadora os conceituadíssimos Professores Doutores P-I Brånemark e Waldir Janson. Por essa ocasião, seu orientador, o Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone, salientou que “Guillermo teve uma formação global muito interessante. E a integração multidisciplinar e interdisciplinar diferencia um profissional¨. 

Tanto é assim que recebeu vários reconhecimentos no seu país e no exterior, como o Galardão Mexicano de Odontologia, pela Federação Ibero-Latinoamericana de Odontologia, devido à sua trajetória na busca incansável pelo melhoramento acadêmico, à sua reconhecida capacidade e excelência profissional. 

É membro honorário da Sociedade de Prótese e Reabilitação Oral Chilena e Membro Fundador da Academia de Implantes Europeia. 

Pessoa carismática, excelente figura humana, considera o Brasil como sua segunda casa.

Por essa escalada bem-sucedida, sente-se abençoado por Deus e imensamente agradecido ao Brasil. Estudou em excelentes universidades, em Curitiba e Bauru, com a oportunidade de contato com professores renomados. Teve o privilégio de conviver e compartilhar ensinamentos e experiências com o “descobridor” do fenômeno da osseointegração e dos implantes odontológicos de titânio, o professor e cientista sueco Dr. Per Ingvar Brånemark, durante o seu curso de mestrado em Implantodontia. 

Por sua fluência no inglês, apresentou trabalhos científicos para os professores das Universidades de Tufts (EUA) e Gottemburgo (Suécia), perpetuando esses ensinamentos em publicações no exterior e em livros. Sente-se agradecido aos amigos incondicionais e valiosos que semeou. Reverencia os seus mestres, destacando, em particular, o exemplo de profissional e os múltiplos conselhos de seu eterno mentor, Dr. Ado Francischone, responsável por inseri-lo nessa belíssima especialidade que é a Implantodontia.

Pode-se dizer que a vida profissional do Professor Doutor Luis Guillermo Peredo é plenamente exitosa. É visível que esse mestre faz o que ama e recebe o total apoio de sua esposa Maria Paula, brasileira, também dentista e formada pela USP de Bauru. Na mesma proporção, esse apoio é compartilhado pelos três filhos do casal.

Essa entrevista com o Dr. Luis Guillermo traz para o leitor um rico exemplo de vida pessoal e profissional.

 

Luis Rogério Duarte

 

 

É habitual nessa seção da Dental Press Implantology, ao entrevistarmos algum expoente da Odontologia contemporânea, procurarmos saber em primeiro lugar como e quando nasceu o interesse pela profissão. Portanto, diga-nos quais foram as suas principais influências e motivações para essa escolha profissional?

Sou caçula de sete irmãos. Nasci em Montero, uma pequena cidade a 45 km de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Quando tinha 6 anos de idade, nossa família passou a morar em Santa Cruz, local onde cursei todo o meu colegial, no colégio La Salle.

Em minha família, sempre houve grande tendência pelas áreas biológicas. Entre os meus irmãos, Norma estudou Farmácia e Bioquímica, seguida por Aida, que decidiu estudar Medicina. Mas todos nós, de alguma maneira, fomos influenciados por um tio médico muito conceituado na cidade. Meu pai, quando jovem, desejou estudar Odontologia; contudo, o meu avô, que era advogado e senador da república, não permitiu porque desejava que, a exemplo dele, também se tornasse advogado — carreira que, finalmente, abraçou como profissão.

Já em meu caso, saí do colégio pensando em estudar Medicina. Prestei vestibular e, aprovado, entrei na Faculdade de Medicina em San Francisco Xavier — à época, considerada a melhor do país —, na cidade de Sucre, capital constitucional da Bolívia.

No início da década de 80, o país viveu muitos problemas políticos, com seguidos golpes de estado, que provocavam o fechamento das universidades. Isso atrasava em demasia a conclusão dos cursos de graduação. Para não perder tempo, esse motivo me levou a buscar uma melhor alternativa para a minha formação universitária. Assim, pleiteei, na embaixada brasileira em La Paz, uma vaga para estudar no Brasil, valendo-me de um convênio (existente até hoje) entre ambos os países.

Nessa ocasião, durante a entrevista realizada, tomei conhecimento de que, para aquele ano, havia apenas uma vaga em Medicina, todavia, já preenchida. Recomendaram-me, então, tentar outra carreira dentro da Área da Saúde, para que, uma vez aceito em uma universidade brasileira, posteriormente tentasse a minha transferência para Medicina. Escolhi, portanto, a Odontologia. Alguns meses após a exigida entrega dos documentos necessários, saiu publicado no jornal da embaixada o resultado da lista dos estudantes bolivianos que haviam sido selecionados para estudar no Brasil. E eu estava entre eles!

Lembro-me de que o ponto determinante para minha decisão em permanecer na Odontologia foi a matéria Materiais Dentários I, cursada logo no primeiro semestre. Gostei tanto que nem mais pensei em Medicina…

 

Sabemos que o senhor graduou-se em Odontologia pela universidade do Paraná. Poderia nos contar um pouco dessa sua trajetória?

Sim, eu me formei na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, da qual tenho ótimas lembranças e muitos bons professores e amigos. Durante o período de faculdade, fiz estágio na disciplina de Endodontia. Posso afirmar que aí começou o meu interesse pela pesquisa. Lembro muito bem que realizei um trabalho clínico muito interessante sobre a confiabilidade dos localizadores de ápices radiculares — que, naquela época, já estavam em sua quarta geração — em unidades dentárias que iriam ser extraídas por motivos ortodônticos.

Trago ainda, com muito carinho, a lembrança da seleção de futebol da universidade, na qual joguei alguns anos como goleiro. O nosso treinador era o professor Munir Caluf, uma ótima pessoa, que também chegou a treinar o time profissional do Coritiba.

Dos momentos difíceis, destaco o aprendizado inicial da língua portuguesa, tanto para falar como para entender o idioma; e o falecimento do meu pai, ocorrido na metade do último semestre da faculdade, já no final da graduação, em consequência de um infarto do coração. Isso foi muito difícil de superar.

 

O Brasil é um país que abriga grandes centros de referência (para o estudo, formação, aperfeiçoamento e pesquisa) dentro da área odontológica, tanto nas capitais brasileiras quanto em suas cidades do interior. A nossa Odontologia (mais especificamente aquela praticada em consultórios e clínicas particulares) é considerada, desde há muito tempo, como uma das melhores exercidas no mundo. Foi esse padrão de excelência que seduziu você a complementar a sua formação acadêmica no interior do estado de São Paulo, buscando especialização, mestrado e doutorado? 

A USP de Bauru era, naquele momento, o centro de maior prestígio e conceito em atividade.

O grupo da Dentística, capitaneado pelo Dr. José Mondelli, havia acabado de lançar o livro “Tratamentos clínicos integrados”, que representava a primeira obra dentro da especialidade, com diferenciado nível de fotografias e importante conteúdo clínico-científico.

Afortunadamente, nessa mesma ocasião, tive a sorte de conhecer um grupo de dentistas de Curitiba que viajavam em ônibus fretado (todas as quintas-feiras à noite, chegando em Bauru sexta-feira pela manhã), com o objetivo de assistir aulas de especialização — cada qual em sua respectiva área — e retornavam à cidade de Curitiba, na tarde do dia seguinte, sábado; aportando em seu destino na madrugada do domingo. Isso acontecia todo final de semana, durante o período de um ano.

Esse grupo gentilmente me acolheu, cedendo espaço no ônibus para ir e voltar com eles. Assim, pude fazer o meu primeiro curso de especialização, que foi na área da Dentística Restauradora. Posteriormente, tomei a acertada decisão de morar em Bauru, pela amplitude do curso quanto à sua interação com outras especialidades. Essa necessidade de continuar aprendendo em Bauru tornou a minha permanência em Curitiba tecnicamente inviável.

A segunda especialização foi em Prótese, onde pude ter aulas com o Professor Dr. Waldir Janson, um curso também na modalidade de final de semana, que me permitiu aproveitar o restante da semana para outras atividades igualmente importantes — tais como uma residência clínica no departamento de Dentística. Os professores Doutores Mondelli e Francischone (Ado) me ofereceram oportunidade de auxiliar em algumas pesquisas desenvolvidas pelo departamento, ao mesmo tempo em que também fazia atendimentos aos funcionários da faculdade, em consultório da disciplina, provando novos materiais, documentando casos clínicos. Enfim, uma fase de grandes descobertas e aprendizado para mim, uma vez que me dedicava a passar o dia inteiro na escola, na biblioteca, e ainda podia contar com o meu curso de especialização nos finais de semana.

A especialização em Periodontia veio na sequência. Uma coisa levou à outra. A Prótese exige que você conheça mais de perto os tecidos e, por isso, antes de concluir o meu curso de Prótese, já estava tendo aulas de Periodontia com grandes professores — como os Drs. Euloir Passanezi, Deoclécio Nahas, e o próprio Waldir Janson que, nesse ano, compunha a equipe de especialização da PROFIS.

Paralelamente, numa programação estabelecida de uma semana por mês, durante um período de dois anos, tive a chance de fazer um curso de Prótese Periodontal (que defino como espetacular), na clínica dos professores Waldir Janson e Euloir Passanezi. Nesse curso, tive aulas fantásticas e inesquecíveis sobre planejamento em reabilitação oral, oclusão e periodontia.

Finalmente, para fechar esse ciclo de muitos cursos, antes de voltar para o meu país, decidi aprender a fazer cirurgia parendodôntica com os professores Clóvis Bramante e Alceu Berbet; para isso, fiz o curso de especialização em Endodontia, que eu já gostava desde a graduação. Foi nesse curso que conheci a então colega de curso, e hoje minha esposa, Paula, com quem casei tão logo voltei para a Bolívia.

Essa época vivenciada em Bauru foi absolutamente fundamental para o futuro da minha vida pessoal e da minha carreira profissional, me permitindo colocar em prática, no transcurso de todos esses anos, os já referidos ensinamentos, aplicados no local que escolhi para morar e trabalhar: Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Eu costumo dizer que tudo aquilo que possuo devo, primordialmente, aos meus pais, que me deram a oportunidade e o incentivo para sair em busca de uma melhor formação profissional e, em um mesmo plano e intensidade, ao Brasil, que me ofereceu as portas de entrada para a vida universitária, possibilitando-me conhecer pessoas e profissionais incríveis, que me acolheram e apoiaram permanentemente. E que me permitiu construir uma linda família constituída de uma esposa brasileira, a Paula, e mais três filhos: Juan Guillermo, Ana Paula e Luis Esteban, de dupla nacionalidade. Sinto-me no Brasil como se estivesse em minha casa ou no meu país.

 

O senhor foi professor da Universidade Católica Boliviana; é, atualmente, professor do Centro de Pós-graduação do Colégio de Odontólogos de Santa Cruz; e é proprietário, há 23 anos, da Clínica Peredo Tecnologia y Arte en Odontologia, também em Santa Cruz da la Sierra-Bolívia (considerada um centro de tratamento odontológico de referência em implantes e reabilitação oral). O senhor acredita que o interesse e o tempo colocados à disposição da docência surgem por inata vocação, pela constante e necessária busca por manter-se atualizado ou, simplesmente, pela positiva e direta influência de seus mestres?

Considero que existe um pouco de cada coisa. Ensinar e transmitir conhecimentos é uma vocação que requer muita seriedade, serenidade e compromisso. Devemos estar livres de qualquer tipo de egoísmo para que possamos agregar sentimentos de alegria e plenitude, principalmente quando acompanhamos de perto o processo de crescimento dos nossos alunos que tornam-se melhores, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. O bom e verdadeiro mestre deve primar pela generosidade nos seus ensinamentos e exemplos, para que consiga referenciar condutas, balizar comportamentos, criar discípulos, seguidores, tornando-se um importante guia e conselheiro.

O ato de preparar aulas nos consome precioso tempo, mas, em contrapartida, traz imensurável retorno, por permitir a necessária renovação dos nossos conhecimentos, principal fonte estimulante e inspiradora na vida de qualquer professor.

Eu obtive muitas bênçãos na minha vida, desde que deixei a minha casa aos 16 anos de idade para cumprir intercâmbio de um ano, patrocinado pelo Rotary Club nos Estados Unidos. Aos 18, fui para Curitiba cursar a faculdade, e aos 23 chegava em Bauru. Ali conheci o professor Carlos Eduardo Francischone, que, desde o primeiro momento, sempre mostrou-se amigo, me tratou muito bem e apoiou. A sua reconhecida capacidade profissional contagiou-me no sentido de querer seguir melhorando e aprendendo um pouco mais a cada dia.

O professor José Mondelli foi o grande responsável por influenciar-me no gosto para ministrar aulas. Eu não pretendia seguir os caminhos da docência porque, na cidade em que decidi morar e exercer a profissão, ainda não havia faculdade de Odontologia; sendo o meu propósito inicial apenas praticar uma boa clínica integrada, e mais nada. Provavelmente, o gabaritado professor, com toda a sua experiência, sensibilidade e natural capacidade intuitiva, tenha enxergado no seu aluno uma vertente ainda por mim não descoberta e que, aos poucos, precisava ser desenvolvida. Então, passou a estimular-me nessa direção. Reconhecido, agradeço-lhe sempre, todas as vezes que preciso desempenhar essa nobre função.

É importante registrar que, em minha época de estudante universitário, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) era naturalmente “viciante” no estudo e aprendizado consistentes, e, frequentemente, induzia os seus alunos a descobrirem vocações docentes. Acredito que isso acontecia pela inconteste qualidade dos professores ali alocados, a exemplo dos Drs. Waldir Janson, José Mondelli, Euloir Passanezi, Carlos Eduardo Francischone, Clovis Bramante, Alceu Berbet, além de outros tantos com elevado nível profissional e excepcional didática.

 

Profissionalmente, o senhor é conhecido por atuar com habilidade em diversas áreas da Odontologia. Em outras palavras, é um cirurgião-dentista no sentido amplo do termo, reunindo teoria e prática com muita competência. Até bem pouco tempo atrás, o profissional, para ser bem-sucedido, precisava especializar-se. Nos dias atuais, para exercer uma Odontologia diferenciada e de alto nível, se faz necessário construir um perfil de multiespecialista. Qual a sua opinião sobre esse assunto?

O clínico deve ter uma excelente formação básica, conhecer bastante das disciplinas que interagem com a especialidade à qual se dedica, para que reúna boas condições para diagnosticar, planejar e executar de forma criteriosa e correta o seu trabalho. Nos dias atuais, é fundamental o trabalho em equipe, numa harmoniosa parceria com colegas de outras especialidades que também sejam bem preparados profissionalmente, atualizados, que possuam princípios éticos e morais, e ainda nutram os mesmos desejos de crescimento e evolução contínua. Quanto melhor a formação de cada membro da equipe, menor será o tempo para alcançar os resultados almejados.

A Odontologia e os seus procedimentos têm mudado muito em todo o mundo; o avanço é muito rápido, então, torna-se impossível acompanhar toda essa evolução com a requerida profundidade. A prática odontológica com nível diferenciado exige amplo conhecimento, e isso somente é possível por meio de cursos, congressos e estudo permanente.

A evolução tecnológica é célere, e o nosso próprio meio nos obriga a estarmos bem atualizados dentro da profissão, até porque, com toda a informação hoje existente e disponível na internet, muitas vezes, alguns pacientes podem chegar em suas respectivas consultas já muito bem informados, fazendo questionamentos e colocando o profissional em situação constrangedora ou difícil, caso esse não tenha conhecimentos suficientes sobre o assunto.

 

O advento do fenômeno da osseointegração, trazido para a Odontologia pelo cientista sueco Prof. P.I. Brånemark, revolucionou as formas de abordagem e tratamento dos inválidos orais em todo o mundo. Paralelamente, vários estudos multicêntricos sobre proteína morfogenética recombinante humana e células-tronco continuam sendo realizados e avançam a passos largos em busca de novas soluções terapêuticas. Para as próximas décadas, quais as linhas de pesquisa que acredita poderem causar impactos modificadores dentro da Implantodontia e da Odontologia como um todo?

Acredito que as mudanças na Medicina e em todas as áreas da saúde acontecerão de forma cada vez mais acelerada nos próximos anos. Sem dúvida nenhuma, os estudos com células-tronco e proteínas morfogênicas vão mudar a forma de tratar nossos pacientes. Hoje, estamos trabalhando bastante com PRF-L (Plasma Rico em Fibrina e Leucócitos), diferentemente do PRP (Plasma Rico em Plaquetas), que não deu os resultados esperados.

O uso do PRF-L tem se mostrado eficaz, auxiliando positivamente em alguns tratamentos, principalmente por ser um procedimento terapêutico barato e extremamente simples de processamento e manuseio, consistindo basicamente em coletar o material do próprio paciente (sangue venoso), centrifugar em aparelho de fácil aquisição, e aplicar sobre a região a ser reparada. Esperamos que os resultados em longo prazo sejam tão bons quanto aqueles que tivemos oportunidade de experimentar no reparo de tecidos duros e moles. Se assim ocorrer, certamente será utilizado amplamente, não só na Odontologia, mas também na Medicina.

O senhor tem participado de inúmeros eventos científicos internacionais, na qualidade de palestrante, pesquisador, difusor de procedimentos e técnicas. Atualmente, qual o principal assunto, nessas apresentações, que lhe motiva a acompanhar e, ao mesmo tempo, também lhe desperta o interesse de transmitir na forma de ensinamentos?

Eu considero que o mais importante para o paciente é o resultado estético final. Então, em meus cursos, gosto muito de discutir sobre a importância do planejamento e o tratamento integral dos casos, objetivando a estética, saúde, função e longevidade, onde procuramos realizar, sempre que possível, procedimentos simples e de baixa morbidade, que não comprometam o bem-estar dos pacientes.

 

Além do uso clássico de osso autógeno como “padrão ouro” para enxertos, as técnicas para reconstrução óssea de maxila atrófica em desdentados totais oferecem, hoje, a possibilidade de uma vasta gama de biomateriais colocados à disposição no mercado, que visam otimizar a reabilitação protética em pacientes que ofereçam variáveis limitantes. Mesmo considerando-se as dificuldades naturais — entre elas algumas doenças de base e, até mesmo, a idade mais avançada —, essas técnicas trazem resultados satisfatórios e comprovados por vários estudos. Qual seria a sua escolha terapêutica para reabilitar pacientes com as características já referidas: indicaria o uso de enxertos ósseos ou optaria pelo uso de implantes zigomáticos?

A Implantologia tem mudado muito nos quase 50 anos da sua aplicação. Durante o meu mestrado na Universidade do Sagrado Coração, tive a honra de conhecer pessoalmente o Professor Dr. Brånemark, quando ele resolveu morar no Brasil (Bauru/SP), vindo da cidade de Gotemburgo-Suécia. E foi enorme a satisfação, nessa oportunidade, de ter podido trabalhar, conjuntamente com o Dr. Luis Rogério Duarte e o professor Hugo Nary Filho, na tese de carga imediata sobre quatro fixações zigomáticas para tratar maxila atrófica — proposta pelo próprio P.I. Brånemark. Essa foi uma experiência muito importante na minha vida profissional, onde aprendi muito sobre maxila atrófica e as formas para reabilitá-la. Os excelentes resultados desse trabalho de mais de dois anos permitiram a criação de uma enorme alternativa na forma de tratamento para o inválido oral.

O entusiasmo foi generalizado e a procura por aprender a técnica foi grande, inclusive de renomados profissionais que vieram do exterior para o Brasil, a fim de conhecer o protocolo e observar a nossa equipe do mestrado trabalhando. Entretanto, o tempo tem confirmado que essa técnica só deve ser aplicada como última alternativa de tratamento — esgotados todos os outros recursos terapêuticos disponíveis —, sempre executada por uma equipe muito bem treinada, aplicada em casos especificamente selecionados, estudados e planejados para a reabilitação da maxila atrófica, quando então faz-se uso de duas ou até quatro fixações zigomáticas.

Por outro lado, o grande progresso dos substitutos ósseos, aliado à evolução tecnológica das superfícies e desenho dos implantes, tem reduzido enormemente a necessidade dos enxertos autógenos.

 

Cada vez mais, a ciência e as pesquisas em todo o mundo preocupam-se em desvendar minúcias biológicas ocorridas no binômio osso-implante. Os recorrentes estudos sobre macrodesenho, tratamento de superfície dos implantes e componentes protéticos, parecem demonstrar insistentemente essa preocupação. A profusão e o surgimento de novos materiais para uma reabilitação cirúrgica e estética, e a velocidade de lançamento de novos produtos por parte da indústria, por vezes, atropelam o ritmo natural das pesquisas, comprometendo resultados, desvirtuando protocolos preestabelecidos, ameaçando a credibilidade. Qual é a sua visão sobre isso, e o que recomendaria à classe odontológica?

O professor Brånemark e sua equipe foram muito cuidadosos e criteriosos no momento em que propuseram para o mundo um protocolo para a osseointegração. Lamentavelmente, hoje em dia, a indústria e as empresas apressam-se demasiadamente para lançar os seus novos produtos e, salvo raras exceções, os tempos requeridos para acompanhá-los, com relação a eficácia e desempenho, são sempre muito curtos para que obtenham a credibilidade esperada. Por isso, é muito importante exigir dos fabricantes todos os trabalhos realizados, artigos publicados e os resultados científicos relacionados a esses produtos, para que os nossos pacientes não sejam usados como modelos humanos experimentais.

Precisamos ficar bem atentos às mudanças tecnológicas, todavia, sem necessariamente sermos os primeiros a pegar o trem, ou os últimos a subir nele…

 

Na construção da nossa escalada profissional, semeamos importantes amigos por todo o percurso. Entre eles certamente estão alguns dos nossos mestres, que terminam por nos influenciar diretamente na maneira de pensar e agir, tanto no campo profissional, quanto na vida pessoal. O senhor destacaria algum nome, em especial, que tenha contribuído decisivamente na sua formação profissional?

Sem dúvida, desde que cheguei em Bauru, recebi a amizade sincera e orientação do Professor Francischone, que foi o meu mestre e guru. Ele foi o responsável direto por eu ter entrado na Implantodontia. No final de 1991, passei por Bauru para cumprir uma agenda que incluía a biblioteca da faculdade, para fazer algumas xerocópias, me manter informado e visitar alguns amigos, entre eles o Dr. Ado, em sua clínica particular.

Na época, eu não tinha conhecimento algum sobre implantes osseointegráveis, e então ele comentou alguma coisa sobre o tema e me perguntou se gostaria de fazer um curso na cidade de Rosário, Argentina, ao que prontamente respondi concordando. Imediatamente, ele fez contato por telefone com o responsável pelo grupo, que estaria viajando em maio de 1992, cuja proposta dominante seria passar uma semana aprendendo o assunto.

Posteriormente, continuei fazendo outros cursos sobre implantes e, com a experiência que eu já possuía em Periodontia e Prótese, ficou mais fácil para mim. Dai em diante, eu não larguei mais a Implantodontia. Em 2003, voltei para fazer o mestrado na USC de Bauru, e em 2008 iniciei o doutorado na mesma faculdade, ambos os cursos em Implantologia, chefiados pelo próprio Ado.

 

Falando especificamente sobre a profissão, quais as principais diferenças que poderia destacar entre a Odontologia praticada no Brasil e na Bolívia?

A Bolívia recebe considerável influência da Odontologia praticada no Brasil, na Argentina e no Chile.

Na minha época de graduação, muitos bolivianos foram estudar no Brasil. Atualmente, a maioria permanece no nosso país para cursar a graduação, porque já temos muitas faculdades em toda a Bolívia. Apenas para se ter uma ideia, somente em Santa Cruz temos cinco e, em breve, serão seis faculdades, além dos custos serem bem menores. Lamentavelmente, o nível geral continua baixo, com professores ainda muito mal remunerados; consequentemente, alguns saem do país para buscar cursos de especialização ou mestrado. Isso tem ajudado muito a melhorar o nível da Odontologia boliviana.

 

Durante os anos de 2003 a 2005, o Sr. esteve fazendo o seu mestrado no Brasil, num curso capitaneado pelo Professor Dr. Carlos Eduardo Francischone e pelo Prof. Per-Ingvar Brånemark. Quais os principais ensinamentos dessa época e o que lhe acrescentou como pessoa e como profissional?

O nosso grupo de mestrado na USC de Bauru (2003-2005) foi privilegiado. Imaginem que no corpo docente, além da prestigiosa liderança do Dr. Carlos Eduardo Francischone, tínhamos a presença dos Professores Doutores Ivette Sartori e Gilmar Batista, na Prótese; na Cirurgia, Hugo Nary Filho e sua equipe, com direto acompanhamento e assistência do professor P.I. Brånemark em pessoa, compartilhando todas as suas experiências nos seminários e apresentações, com frequentes visitas à clínica para ver pacientes, etc. Realmente, uma experiência fantástica para um reduzido e privilegiado grupo de seis mestrandos (composto por Reinaldo Janson, Hélcio Lira, Daniela Mattos, José Bernardes das Neves, Luis Rogério Duarte e eu), que tiveram a oportunidade de estudar e trabalhar ao lado do pai da osseointegração. Provavelmente, um dos períodos mais importantes na nossa formação profissional.

Esse contato permitiu que algumas portas fossem abertas para esse grupo, por intermédio do respeitado professor, que nos proporcionou a possibilidade de apresentar (na Universidade de Tufts, Massachusetts, próxima a Boston, nos EUA, e, posteriormente, em Gotemburgo, na Suécia) o trabalho dos quatro zigomáticos com carga imediata em maxilas atróficas.

Também tive a imensurável e honrosa alegria de ter o Professor Brånemark fazendo parte da minha banca examinadora da dissertação de mestrado, juntamente com o Professor Dr. Waldir Janson e o meu orientador, Professor Francischone. Foram momentos de muita tensão e recompensador prestígio para a minha biografia, tanto profissional, quanto pessoal.

 

Em 2005, o Prof. Brånemark foi, pela primeira e única vez, à Bolívia. Como foi essa experiência e o que representou para o seu país esse importante fato?

Quando estivemos em Gotemburgo, o nosso grupo foi convidado para jantar na casa do professor Brånemak. Nessa ocasião, fiz o convite para que ele visitasse Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para participar de um congresso que organizaríamos especialmente para a sua visita. Ele aceitou, e para nós foi um enorme desafio poder levá-lo ao nosso país, na tentativa de retribuir todas as atenções recebidas. Foi um sucesso total. Um marco para a Odontologia boliviana, com participantes do país inteiro, inclusive de países vizinhos como Argentina, Peru, Chile, Paraguai e Brasil.

Nesse congresso, contamos com palestrantes como os professores Laerte Vasconcellos, Israel Chilvaquer, Carlos Eduardo Francischone, Cesar Arita, Rogerio Duarte, entre outros importantes profissionais da Implantologia brasileira e internacional. Considero que foi o evento científico odontológico mais importante organizado na Bolívia. Ele foi recebido junto à sua esposa, Barbro Brånemark, no Conselho Legislativo da cidade, onde foi declarado hóspede oficial da cidade. Foi uma festa verdadeiramente inesquecível.

Como o senhor analisa a evolução da Implantodontia nos últimos 10 anos? Quais os principais avanços para o paciente e para o profissional?

Considero que a Implantodontia avançou consideravelmente. Por exemplo, a carga imediata, que não é um procedimento novo, evoluiu muito com a sua protocolização e o respaldo científico disponíveis hoje em dia, que nos garante realizarmos procedimentos, desde o elemento unitário até uma reabilitação total, com resultados previsíveis e seguros. As melhorias na superfície dos implantes, assim como a macrogeometria associada à técnica de instrumentação, têm ajudado muito a reduzir o tempo de espera para ativação destes implantes, evitando-se que o paciente fique sem dentes fixos por vários meses, ou até que submeta-se a nova cirurgia para expor os implantes para a viabilização da prótese. Isso torna o procedimento muito mais atraente para os pacientes e, inclusive, para nós, profissionais.

O advento da plataforma switching entre o pilar e o implante também tem contribuído muito para reduzir a perda óssea cervical peri-implantar, e passou a ser um dos importantes elementos na hora da escolha dos implantes, assim como o tipo de conexão, principalmente, nas áreas estéticas.

Julgo igualmente importante toda a evolução no estudo e planejamento dos casos, com o uso de softwares cada vez mais sofisticados, abrangentes e facilitadores, que visam sempre a redução do tempo cirúrgico e a obtenção de um resultado mais estético e natural possível.

 

O senhor é especialista em Dentística, Endodontia, Periodontia e Prótese Dental, além de ser mestre e doutor em Implantologia. Após tantos anos de dedicação à Odontologia, existe alguma passagem que o faça arrepender-se desse caminho? É muito difícil persistir nele? Qual influência teve a sua família quanto a essa determinação?

Para mim, foi de fundamental importância ter feito várias especializações. Isso me permitiu, desde o começo, ter uma visão mais ampla em todos os tratamentos que realizamos, sempre procurando dar ao paciente o melhor possível do ponto de vista integral.

A Endodontia nunca foi a minha área prioritária de atuação na clínica, visto que a minha esposa Paula é especialista nessa área, pela USP de Bauru.

Considero impossível pensar em Prótese sem a Periodontia, ou sem a Implantodontia, e vice-versa. São absolutamente interdependentes. Os detalhes são legítimos marcadores da diferença de um tratamento para o outro, e, na atualidade, com os níveis de informação e exigência estética dos pacientes, acho fundamental conhecer bem essas disciplinas.

A Odontologia é uma profissão que requer muito do profissional, por ser muito ampla e exigir muita dedicação, estudo, detalhe, concentração, habilidade manual, relações humanas, etc. Graças a ela, tenho tudo o que minha família precisa para viver. Por intermédio da Odontologia, constituí minha família, fiz grandes amigos e conheci grandes mestres. Tenho uma vida dedicada totalmente à profissão e faço isso com muita alegria, embora seja cansativo, por passar muito tempo dentro do consultório. No entanto, os cursos que ministro são o contraponto, pois me aliviam, mudando o ambiente e o foco, ainda que o tema seja o mesmo.

Quando iniciamos nossas atividades em Santa Cruz, o fato de sermos especialistas, eu e minha esposa Paula, despertou em nosso meio profissional uma deferência importante e, graças a Deus, sempre tivemos muito trabalho, cujos resultados foram reflexo das inúmeras horas de estudos dedicadas em Bauru.

Paula tem sido sempre muito importante, me motivando a seguir crescendo na profissão. Ela é parte fundamental da nossa estrutura familiar e profissional. Quanto aos meus filhos, Juan Guillermo já concluiu a universidade na área de Marketing e Finanças, nos Estados Unidos; Ana Paula está no segundo ano de Engenharia Biomédica, na Universidade de Rochester, em Nova York; e o caçula, Luis Esteban, já nos adiantou que não escolherá a Odontologia para seguir profissionalmente. É pena que nenhum dos nossos três filhos tenha se interessado por nossa área, o que provavelmente tornaria a estrada a ser percorrida um pouco mais curta e menos árdua para um adiantado, seguro e estratégico início, caprichosamente esculpido para o desempenho de um trabalho extremamente dignificante e belo.

Mas eu respeito totalmente a decisão deles.

 

O senhor é uma pessoa muito querida nos meios odontológicos por onde passou. Provavelmente, deve ter muitos amigos brasileiros. Qual sua visão do Brasil em relação ao mundo em termos de Odontologia?

Na minha permanência no Brasil, e com tantas idas e vindas para tantos cursos, palestras e congressos, pude realmente conhecer muita gente e construir grandes amizades, dentro e fora da profissão. Possivelmente eu devo ter amigos procedentes de cada um dos estados brasileiros, uma vez que Bauru, por ser um centro de referência em Odontologia no país, costuma abrigar gente dos mais variados lugares, e o povo brasileiro é muito bem quisto aqui fora. São pessoas ótimas e muito competentes. No Brasil, costuma-se dizer que tudo acaba em samba, né? Eu posso confirmar que isso acontece no carnaval e na comemorações do futebol. No tocante aos assuntos sobre os quais tenho maior conhecimento e proximidade, vocês possuem gente com muito valor, cujos perfis são de grande seriedade, competência, trabalho e respeito dentro da nossa profissão.

Certamente, a Odontologia brasileira e a imensa maioria dos profissionais por ela envolvidos devem estar entre os melhores do mundo.

 

O senhor teve uma estreita amizade com o Professor César Arita, bem como os professores Hugo Nary Filho e Waldir Janson. Fale-nos um pouco do que cada um desses mestres representou para o seu crescimento profissional e pessoal?

Com o César Arita, chegamos a ter mais do que uma simples amizade, ele foi como um irmão. Eu o conheci há uns 20 anos, quando passou por Santa Cruz, fazendo parte de um grande grupo de colegas bolivianos, rumo a um evento em Cuzco, no Peru, organizado pelos Seminários Odontológicos Latino-americanos de Nova Geração (SOLA NG). Essa organização reunia jovens dentistas de toda a América Latina e, de alguma forma, os preparava para serem futuros palestrantes. Mantivemos contato e participamos de vários eventos juntos; o nosso contato era permanente. César veio várias vezes a Santa Cruz ministrar cursos, e todos os nossos colegas gostavam muito dele, ao mesmo tempo em que apreciavam a sua inata capacidade didática, como criativo e atualizado professor. Fui convidado por ele para dar algumas aulas em Ribeirão Preto, e escrever alguns artigos para o CESDAD, organização da qual era um dos editores. Eu tive a honra de ser padrinho do casamento dele com a Camila, e as nossas famílias interagiam muito. César era muito inteligente, competente e sério em tudo o que se propunha a fazer, porém, o seu refinado e frequente bom humor levava-nos a dar boas risadas. Uma pena enorme ele ter partido tão cedo, quando estava no seu melhor momento da carreira, e com um panorama de ascensão profissional muito grande pela frente. Deixou um vazio muito grande nas pessoas que gostavam dele, na Odontologia brasileira e internacional.

Com o Hugo Nary tenho grande amizade desde quando ele estava no final da graduação na FOB/USP, e eu tinha chegado em Bauru para continuar com a especialização. Depois, voltamos a nos encontrar quando entrei no mestrado da USC de Bauru. Ele na qualidade de professor e eu na condição de aluno. Aprendi com ele muito sobre cirurgia. Posteriormente, no doutorado, ele foi meu orientador e permanente colaborador. Definitivamente, um brilhante e talentoso profissional, e melhor ainda como amigo.

O Dr. Waldir Janson foi um dos maiores expoentes da Odontologia brasileira com quem tive o privilégio de conviver. Realmente era um show dando aula. Muitas vezes, ia vê-lo em congressos e, recorrentemente, as suas palestras eram ministradas em salas completamente lotadas, com muita gente em pé. A conjunção e hábil manejo com que lidava com o trinômio Prótese/Periodontia/Oclusão deixava a todos os presentes com vontade de seguir estudando. Ele me ensinou muito e mudou a minha maneira de planejar e executar a reabilitação oral.

 

Falando um pouco sobre reabilitação oral, qual a sua opinião sobre as novas tecnologias CAD/CAM em prótese odontológica?

Os sistemas CAD/CAM, definitivamente, vieram para ficar. Muito em breve, uma parte importante das clínicas odontológicas em todo o mundo terá suas próprias fresadoras para o fabrico de seus provisórios, personalização de pilares, confecção das subestruturas de coroas, pontes, protocolos e as guias cirúrgicos dos seus casos clínicos, de maneira mais rápida e direta. Em poucos anos, esses produtos estarão, na minha particular maneira de ver, no seu melhor momento tecnológico, e quem não “pegar o bonde” vai ficar para trás.

 

Por último, gostaríamos que desse a sua mensagem para as novas gerações que desejam seguir essa belíssima profissão, que atualmente tem caído bastante no ranking de procura das universidades brasileiras. E na Bolívia, como se apresenta esse quadro? 

Na Bolívia, a Odontologia ainda é bastante procurada, principalmente por estudantes do sexo feminino. Agora, com a grande oferta das faculdades existentes a um custo muito baixo, está havendo uma saturação do mercado de trabalho com nível deficiente na formação da graduação. Isso é mais um sinal de que os jovens profissionais devem continuar estudando, fazendo cursos de bom conteúdo, para que possam trabalhar com mais confiança e segurança. Os resultados podem até demorar um pouco mais de tempo para acontecerem, mas indubitavelmente virão. É necessário, para isso, muito esforço. Assim como também é importante e necessária a associação com profissionais que tenham formação, metas e expectativas semelhantes às nossas, para que alcancemos com êxito o objetivo traçado. Existe um ditado oriental que diz: “Quando ando sozinho, posso chegar mais rápido, entretanto, quando ando acompanhado, com certeza, chegarei mais longe”.

Nossa profissão, definitivamente, é uma ciência em constante movimento, que nos impele a estudar contínua e profundamente. A cada dia, o processo dinâmico do surgimento de tecnologias inovadoras nos obriga a conhecê-las e colocá-las à disposição, em benefício e a serviço dos nossos pacientes.

Uma Odontologia de excelência continua sendo uma nobre arte, que depende de dedicação, interesse e muito entusiasmo para ser dominada e exercida.

 

 

Como citar essa entrevista:

Paz LGP. Interview with Luis Guillermo Peredo Paz. Dental Press Implantol. 2013 Oct-Dec;7(4):10-23

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