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ENTREVISTA – Dr. Eduardo Sant’Ana, cirurgião bucomaxilofacial

Nesta quinta-feira (27), as turmas de Especialização em Ortodontia se reuniram no auditório para a aula do professor Dr. Eduardo Sant’Anasobre Preparo Orto-Cirúrgico. Ele é professor livre docente do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, na disciplina de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, instituição onde concluiu seu mestrado e doutorado. Atualmente realiza cirurgias no Hospital da Unimed, em Bauru, e nos hospitais São Luiz e Sírio-Libanês, na capital paulista. 

Em 2000, participou de um programa de treinamento com o Dr. William Arnett, um dos mais famosos cirurgiões do mundo, em Santa Bárbara, na Califórnia (EUA). Após essa experiência, foi um dos primeiros a utilizar o software Dolphin no Brasil, para planejamento digital de suas cirurgias. Sobre esse assunto – e muito mais – ele conversou com a gente no intervalo de sua aula. Confira:

Eduardo santana
Dr. Eduardo Sant’Ana conta sobre suas experiências como cirurgião (Foto: Renata Mastromauro/ Dental Press)

Como foi sua experiência com o Dr. Arnett?

Minha experiência de viver em Santa Bárbara por um tempo e ser treinado pelo Dr. Arnett foi uma coisa fantástica. Eu tinha uma filosofia de trabalho e um jeito de trabalhar, que mudou depois que eu fui treinado por esse californiano. Ele realmente mudou minha vida, minhas técnicas e minha forma de operar. Eu posso dizer que, hoje, muita gente que opera comigo, ou não, aprendeu comigo. São frutos desse treinamento que eu fiz na Califórnia.

O que ainda não existia por aqui, na época, que o senhor trouxe para o Brasil após essa experiência?

O planejamento digital. Eu fui um dos primeiros cirurgiões a comprar e operar com o Dolphin, e a usar as medidas da análise do perfil mole do Dr. Arnett, isso ainda em 2002. Enquanto todo mundo fazia com encefalometria, no papel, eu comecei a fazer com visão digital.

Como isso revolucionou a cirurgia no Brasil?

Foi um divisor de águas. Hoje, todo mundo que faz muitas operações, usa a análise do perfil mole, e todos os cirurgiões que eu conheço, usam essa análise como escolha pra fazer o planejamento cirúrgico. E fazem como eu comecei a fazer, com planejamento digital.

O planejamento digital mudou completamente a maneira de operar. Na sua opinião, qual a próxima revolução na cirurgia ortognática?

Eu acho que as próximas revoluções da cirurgia ortognática serão a interação com outras especialidades cosméticas da face. Uma delas, e o que eu tenho feito há pouco tempo, é associar a cirurgia ortognatica ao DSD, e também associar com alguns procedimentos dermatológicos. Eu trabalho com dermatologistas de confiança, e indico aos meus pacientes que façam algum requinte de preenchimento na face, pra melhorar ainda mais o resultado estético, para ter o rosto mais perfeito possível. Eu não lido apenas com o sorriso, eu lido com o rosto inteiro.

Como se deu sua escolha pela área de cirurgia bucomaxilofacial? 

Eu sempre quis seguir para a área da cirurgia bucomaxilofacial. Eu fiz a faculdade de Odontologia em Araraquara já pensando em ser cirurgião bucomaxilofacial, porque eu conheci um cirurgião da minha cidade que era um senhor muito famoso, que me ensinou muito, e depois fui estudante e residente dele. Fiz minha graduação toda pensando só nisso.

O Hospital Sírio-Libanês é uma referência nacional em questão de qualidade. Como é o seu trabalho neste hospital?

Eu tive oportunidade de montar minha equipe pra trabalhar no Hospital Sírio-Libanês, um hospital  fantástico e que é referência no país todo. Mas além do hospital, o que mais importa são as pessoas que estão comigo. Eu tenho uma equipe de anestesiologistas que também são fantásticos, e os meus assistentes são todos membros do corpo clínico do hospital, o que dá segurança não só para nós cirurgiões, mas para o paciente, que é o mais importante.

Veja as fotos:

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