Dental Press Portal

Marcio Almeida é o entrevistado da Revista Clínica de Ortodontia

Marcio Almeida é entrevistado por Alexandre Câmara, na revista Clínica de Ortodontia Dental Press | Vol.17 | nº 4 |

O entrevistado desta seção é um “best-seller”, literalmente! O seu segundo livro, recém lançado em março (no Congresso da Dental Press), esgotou em poucos meses. Mérito do seu trabalho, dedicação, capacidade e seriedade; e, claro, de uma visão aguçada do que é moderno e o mercado clama. Estamos falando do autor do concorrido livro “Mini-implantes extra-alveolares em Ortodontia”, o nosso querido colega e amigo Marcio Almeida.

Marcinho, como é conhecido por muitos, é um profissional diferenciado em todos os sentidos. Fruto de uma família de ortodontistas (filho do Prof. Renato Almeida), ele tem a Ortodontia no seu DNA e na sua alma — quem o conhece pessoalmente sabe do que estou falando. Além disso, a sua simpatia e simplicidade vêm como poderosos suplementos para coroar todo o seu saber, o que o torna um ser humano admirável.

Nesta entrevista, ele vai nos brindar com todo o seu conhecimento ortodôntico, fruto de muito estudo, trabalho e dedicação à docência e à clínica. Enfim, caro leitor, você terá a oportunidade de conhecer esse profissional completo e “antenado” com o que a Ortodontia contemporânea tem de melhor e que será, não por acaso, o próximo editor da RCODP.

por: Carlos Alexandre Câmara

 

1. GRADUAÇÃO?

Minha graduação em Odontologia foi na Faculdade de Odontologia de Lins (FOL). Iniciei o curso em fevereiro de 1990 e finalizei-o em dezembro de 1993. A FOL tem um valor sentimental muito grande para mim, pois meu pai, além de ser formado na mesma universidade, lecionou por mais de 30 anos nessa faculdade. Me lembro bem quando decidi pela Odontologia; meu pai disse: “Você vai fazer o curso de Odontologia em Lins”. Dessa forma, acabei nem prestando o vestibular em outras faculdades.

2. PÓS-GRADUAÇÃO?

Realizei minha pós-graduação em Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo (FOB-USP), onde tive a satisfação de conviver com os meus mestres Dr. Décio R. Martins (in memoriam); meu pai, o Dr. Renato R. Almeida; Dr. José Fernando C. Henriques; Dr. Marcos R. Freitas; Dr. Arnaldo Pinzan e Dr. Guilherme Janson. Finalizei o meu Mestrado em Ortodontia no ano de 1997 e o Doutorado em Ortodontia no ano de 2000. Tive a grata satisfação de participar de um dos primeiros programas de pós-doutorado em Ortodontia da USP-Bauru, concluindo-o no ano de 2003, com a orientação do Prof. José Fernando Castanha Henriques; e posterior publicação do nosso artigo sobre o aparelho de Herbst na revista Angle Orthodontist, sob a supervisão do Prof. James McNamara Jr. No ano seguinte (2004), tive a oportunidade de estudar na Universidade de Connecticut, a convite do professor Ravindra Nanda, onde firmamos uma duradoura parceria que já perdura há 14 anos, trocando experiências na universidade e levando grupos de alunos, que podem aprender no berço da Biomecânica. No ano de 2013, fui convidado a participar de uma das maiores sociedades mundiais da Ortodontia, a sociedade Edward Hartley Angle, North Atlantic Component. Tive como sponsors o Dr. Ravindra Nanda e o Dr. Flávio Uribe, que me apresentaram para essa honrosa sociedade — que exige, daqueles que são membros efetivos, dedicação para com a sociedade em encontros anuais, apresentando trabalhos de pesquisa e casos clínicos no padrão ABO (American Board of Orthodontics), o que tem sido uma excelente oportunidade de aprendizado constante. Na Angle Society, cada membro deve se recertificar a cada 3 anos; assim, o estudo e o ensino da Ortodontia perduram a vida toda.

 

> Assine a Revista Clínica de Ortodontia Dental Press  

> Veja livros relacionados ao tema

> Aprimore suas técnicas em Ortodontia

 

3. HÁ QUANTOS ANOS TRABALHA COM A ORTODONTIA?

Este ano, completei 25 anos de dedicação exclusiva à Ortodontia, visto que iniciei o meu primeiro curso de Ortodontia Preventiva e Interceptora, com o meu pai (Dr. Renato R. Almeida), no ano de 1993 e, também, a minha prática privada no consultório no ano seguinte (1994). Na verdade, naquela época, para ingressar nos cursos de pós-graduação, o aluno deveria cumprir um regime de cursos prévios à sua especialização ou mestrado/doutorado, que se baseava num curso de Ortodontia Preventiva, seguido pelo curso de Typodont com mecânica Edgewise, curso de Cefalometria e, muitas vezes, de aperfeiçoamento, com duração de 2 anos. Desse modo, dediquei-me, exaustivamente, durante 2 anos para poder ingressar no meu curso de mestrado na FOB-USP. Durante o período de preparação para ingresso nos cursos de pós-graduação, tive, ainda, o privilégio de ser convidado para assumir o cargo de professor-assistente de Ortodontia na querida Faculdade de Odontologia de Lins, no ano de 1994. Permaneci na FOL como professor por 16 anos, até 2010, ministrando aulas nos cursos de graduação e de pós-graduação (especialização). Em 2008, fui convidado a participar como docente na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), no campus de Londrina/PR, nos cursos de pós-graduação (mestrado em Ortodontia e doutorado em Dentística), onde permaneço até o presente momento. Apesar de todo o envolvimento com o ensino e aprendizado da Ortodontia nesses últimos 25 anos, penso que o professor de Ortodontia, por obrigatoriedade, deve dedicar parte do seu tempo ao seu consultório privado, onde compreendemos a diversidade de técnicas aplicadas aos nossos clientes, as dificuldades de manejo das mecânicas, bem como entendemos as limitações dos casos clínicos. Desse modo, o professor pode transmitir aos seus alunos com melhor sensatez a sua “vivência” na Ortodontia, combinando “pesquisa e prática clínica”, requisitos fundamentais para a formação de excelência dos nossos futuros colegas ortodontistas.

4. BRAQUETES CONVENCIONAIS OU AUTOLIGÁVEIS?

Como mencionei anteriormente, minha formação ortodôntica em Bauru/SP se deu sobre o sistema Edgewise (Arco de Canto simplificado), que, obviamente, era uma técnica que requeria dobras nos arcos, paciência e, principalmente, grande habilidade do ortodontista na execução da mecânica criada por Edward Hartley Angle, em 1928. Na verdade, naquela época, a maioria dos ortodontistas foi treinada com base numa mecânica sequencial de arcos contínuos (a exemplo de uma receita de bolo), na qual um objetivo mecânico deveria ser empregado somente após a obtenção do seu antecessor (ex.: descruzar a mordida, alinhar e nivelar, corrigir overbite, corrigir a relação molar, etc.), objetivando finalizar em Classe I de molares! Vivíamos numa realidade ortodôntica absolutamente diferente da dos dias atuais. Lembro-me que alguns conceitos vigentes da época (chamados de paradigmas ortodônticos) eram assim descritos:

(…)

 

Confira a entrevista completa e mais de 6 mil artigos relacionados, aqui.

Sair da versão mobile