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Doença autoimune pode causar danos ao esmalte dentário

Um estudo publicado recentemente na revista Nature revelou a existência de uma nova doença autoimune infantil que pode causar danos ao esmalte dentário. O distúrbio, comum em pessoas com síndrome genética rara e em crianças com doença celíaca, é causado pela produção de anticorpos que atacam as proteínas responsáveis pela formação do esmalte.

O esmalte dentário é uma camada fina e dura que cobre os dentes e os protege de danos. Ele é composto principalmente de cristais minerais, depositados em estruturas proteicas durante o desenvolvimento do esmalte. Quando os cristais são depositados, a estrutura proteica é desmontada, deixando para trás uma camada de esmalte forte e durável.

No novo estudo, pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, descobriram que, em pessoas com mutações no gene Aire, as proteínas responsáveis pela formação do esmalte não são apresentadas às células T do sistema imunológico na glândula timo. Como resultado, as células T que são capazes de identificar estas proteínas como alvos são liberadas do timo e estimulam a produção de anticorpos contra as proteínas do esmalte.

“Muitas pessoas sofrem de comprometimento do desenvolvimento do esmalte dentário por razões desconhecidas. É possível que o novo distúrbio que descobrimos, juntamente com a possibilidade de diagnosticá-lo em um exame de sangue ou saliva, dê um nome à sua condição. Mais importante ainda, o diagnóstico precoce em crianças pode permitir o tratamento preventivo no futuro”, explicou Jakub Abramson, autor principal do artigo, ao ScienceDaily.

Esses anticorpos podem atacar o esmalte dos dentes, causando danos que podem levar a problemas como cáries, sensibilidade dentária e até mesmo perda de dentes.

Os pesquisadores também descobriram que crianças com doença celíaca, uma doença autoimune que afeta o intestino delgado, também podem desenvolver anticorpos que atacam as proteínas do esmalte. No caso da doença celíaca, acredita-se que os anticorpos produzidos contra o glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio, podem também reagir contra as proteínas do esmalte.

As descobertas do novo estudo podem ajudar a desenvolver estratégias para a detecção precoce e prevenção do distúrbio. Os pesquisadores acreditam que exames de sangue ou saliva podem ser usados para detectar os anticorpos que atacam as proteínas do esmalte.

O diagnóstico precoce é importante para que o tratamento possa ser iniciado o mais cedo possível. No caso de crianças com doença celíaca, a adoção de uma dieta sem glúten pode ajudar a reduzir a produção de anticorpos que atacam as proteínas do esmalte.

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