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Dicas em Ortodontia – por Carlos Alexandre Câmara

Carlos Alexandre Câmara

Especialista em Ortodontia pela UERJ e diplomado pelo BBO. Atua em clínica privada em Natal (RN), com foco em tratamentos integrados. É o atual editor-chefe da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, além de contribuir com diversas publicações científicas no Brasil e no exterior.

“Fica a dica” (dito popular)

Dica é uma informação útil e específica, sobre algo pouco conhecido, que ajuda alguém a fazer alguma coisa — também conhecida como “macete” ou “bizu”. Podemos acrescentar que dica também é um comunicado curto e proveitoso. Nos tempos de internet (sempre ela!), as dicas tomaram conta do mundo virtual.

Nesse ambiente em que a celeridade da leitura e a brevidade das informações é o que se espera, nada melhor do que uma mensagem concisa e relevante. Ganhar tempo e absorver conhecimento, definitivamente, não é uma má ideia. Se você quer fazer sucesso de verdade nas redes sociais, e não é uma celebridade, especialize-se em dar “dicas”. Anúncios breves, recheados de macetes, sempre seduzem e capturam a atenção. Não é à toa que as postagens cam- peãs de “likes” sempre trazem uma dica.

Mas não é só na Web que as dicas fazem sucesso. Qualquer veículo de comunicação e informação tira proveito dos “bizus”. Textos como “Oito dicas para ter uma boa noite de sono”, “Cinco coisas que você precisa aprender se já tem mais de 30 anos”, “Dez mitos sobre exercícios físicos”, “Como tornar o seu dia muito mais produtivo em um piscar de olhos”, e muitos outros enunciados recheados de dicas, são o que mais se vê por aí.

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Nas mais diversas profissões, as dicas sempre foram e serão bem-vindas; afinal, quem não quer receber uma informação vantajosa, de maneira rápida e diligente? Tanto é verdade que somos mais propensos a ler um texto que apresente “três coisas para ser feliz”, do que outro que traga “cem coisas para ser feliz”.

Nesse contexto, a Ortodontia não poderia ficar de fora. As dicas também fazem sucesso na nossa especialidade. Tanto é assim que a nossa RCODP é recheada delas (vide as nossas seções e alguns artigos). Nas redes sociais, nem se fala: há uma verdadeira avalanche, onde se veem fotografias, vídeos e mensagens repletas de informações “instantâneas”. Mas aqui vale um questionamento: que tipo de dica nós queremos?

Como tudo na vida, sempre existem os dois lados da questão, e com as dicas não é diferente: há muita coisa boa, mas há também muita coisa ruim. Sendo bem sincero e objetivo (e um tanto rude): existe muito lixo.

Aí, vem a questão: como “peneirar” as boas informações nesse imenso universo de comunicação?

Um bom começo, todos nós sabemos, é ter uma base sólida de conhecimento especializado. Ninguém consegue aprender Ortodontia só com dicas e macetes. É preciso muito conhecimento e discernimento para se praticar uma Ortodontia de excelência. Ter participado de um bom curso de especialização, com uma carga horária adequada, é o primeiro passo. Manter-se atualizado, por meio da leitura de periódicos e livros, participação em cursos e congressos, e investimento em materiais de qualidade, parece ser a fase seguinte.

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Mas é preciso mais para que possamos ser uma eficiente “peneira de boas informações”. É necessário bom senso e ética — dois itens fundamentais (que se entrelaçam o tempo todo) para todos aqueles que querem receber ou compartilhar orientações rápidas. O termo “bom senso” já virou clichê, mas não há como não levá-lo em consideração na hora de absorver uma opinião ou explicação. Ter a noção da validade ou praticabilidade daquilo que está sendo mostrado é fundamental para a boa prática profissional.

Daí, vai uma dica: é preciso, antes de tudo, conhecer a conduta ética do comunicador, pois, como dizia o lutador, instrutor de artes marciais, ator, diretor e roteirista de cinema Bruce Lee: “Conhecimento dá poder, mas só o caráter conquista o respeito”.

Viva a Ortodontia!

*publicado originalmente como editorial da v17n2 da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press.

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