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Dia Munidal da Saúbe Bucal: Por um sorriso saudável e histórias felizes

O Dia Mundial da Saúde Bucal foi instituído pela FDI (Federação Dentária Internacional), com o objetivo de promover ações de conscientização da higiene bucal com o foco na diminuição dos índices de cáries, doenças periodontais e também da perda de dentes. Ações de promoção saúde bucal são feitas ao redor de todo o globo com instruções e orientações de profissionais de todo o planeta.

Uma pesquisa divulgada pela ACFF (Aliança para um Futuro Livre de Cárie) revela que 100% dos adultos do mundo têm ou já tiveram cáries. Mais do que isso: cerca de 600 milhões de crianças (60 a 90% do total de crianças no mundo, ou o equivalente a 7,7% da população mundial) sofre da doença. Outra doença que tem como foco de enfrentamento no Dia Mundial da Saúde Bucal são as doenças periodontais, descritas na pesquisa como a segunda mais prevalente na população mundial.

A odontologia brasileira figura entre as melhores do mundo em diversos rankings de universidades.  Embora a tecnologia disponível na odontologia facilite os diagnósticos e tratamentos, nem sempre a assistência odontológica é uma realidade à população em geral. Isso se verifica, inclusive, em depoimentos dados pelo Dr. Felipe Rossi, na editoria “Boas Ações Geram Sorrisos”, em que ele narra alguns de seus trabalhos para a ONG por1sorriso.

“Tanto se fala sobre dentes e sua anatomia, canais radiculares e classificações, mas pouco se fala sobre o ‘sorrir’, sobre uma humanização na Odontologia”, disse o dentista na coluna da edição v16n2, da Revista de Estética Dental Press (Journal of Clinical Dentistry and Research). Na ocasião, Rossi falava sobre sua visita para trabalho voluntário em Macururé (BA).

Para fazer o trabalho voluntário, Rossi teve que se deslocar até Salvador (BA) e depois percorrer mais nove horas de ônibus até chegar ao pequeno município, com menos de 10 mil habitantes, no norte da Bahia – quase na divisa com o Pernambuco. A cidade fica a mais de 700 km da capital baiana.

“Segundo dia de atendimento, escola municipal lotada de pessoas buscando atendimento para suas queixas odontológicas. Estava andando no meio dessa multidão, esperando que alguém jovem passasse na área dos atendimentos, pensando que: visto que as deficiências estéticas anteriores repercutem no desenvolvimento social e pessoal durante toda a vida, se fosse em um jovem ou criança, sua perspectiva de vida seria muito pior”, relatou o voluntário.

Na ocasião, Felipe Rossi conheceu Edna – uma jovem de 15 anos. Segundo ele, era um sorriso abafado, pelas mãos que constantemente cobriam a boca. A conecção foi instantânea. Poucos momentos depois, a jovem já estava na cadeira de Rossi para receber alguns dos tratamentos necessários.

“Foi uma conexão tão rápida, bem diferente da destruição em sua boca, provavelmente lenta, ano após ano. Fiquei bem triste ao ver aquilo. Apesar de acostumado, sempre sinto — e muito. Fizemos tudo para devolver sua saúde bucal no primeiro dia, mas ela teria que voltar para continuarmos. Ela morava tão longe que, para não perder a vaga no dia seguinte, dormiu ao lado da escola, na casa de uma pessoa que não a conhecia. Quanto menos você tem, mais você dá. Todos se ajudam”, contou Rossi.

No segundo dia de tratamento, segundo Rossi, foram restaurações de anteriores e posteriores, inúmeros dentes, três endos e quatro extrações de molares destruídos por cárie. Aos poucos, disse o voluntário, o sorriso voltava a aparecer. Foi então que Edna começou a contar um pouco de sua vida a partir dos próprios dentes e sua história. A vergonha e o esforço da mãe e da tia – sem condições financeiras -, mostrando para ela que mais importante do que seu sorriso era seu coração. A necessidade de ela precisava sair de casa,  ir para a escola e enfrentar o bullying.

“Uma menina de 15 anos e já enfrentava tudo aquilo! Eu não imaginava… Nunca vou me esquecer desse momento: eu, sentado ao lado daquela cena. Chorei demais, vendo essa jovem também chorando muito, em frente à câmera e ao nosso cinegrafista, contando sua dor até aquele dia”, lamentou o voluntário.

O Dia Mundial da Saúde Bucal é um tempo de conscientização, não só aos pacientes, mas, também – como relatou Felipe Rossi -, de reflexão dos profissionais da aula. “A sociedade é uma escola disso, pela qual todos devemos passar. Não apenas pelo aprendizado, mas também porque devolver para a sociedade as oportunidades que tivemos é justo e honesto”, ponderou logo no início do artigo.

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