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Dia Mundial Sem Tabaco – fumar torna germes mais resistentes

Todos os anos, 6 milhões de pessoas morrem em todo o mundo em decorrência dos efeitos negativos do uso do tabaco. Neste dia 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco – criado pela Organização Mundial da Saúde para incentivar a abstinência global de 24 horas de todas as formas de consumo de tabaco –, as atenções se voltam para uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia da Universidade de Louisville, pelo Ph. D. David A. Scott, que estudou como cigarros levam à colonização de bactérias no corpo.

Scott e sua equipe identificaram como o fumo do tabaco, composto por milhares de componentes químicos, é um estressor ambiental e promove a colonização de bactérias e invasão do sistema imunológico.

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Uma revisão de literatura recente, publicada no Tobacco induced Disease, revelou que a fumaça do cigarro e seus componentes também promovem a formação de um biofilme de diversas outras doenças, como o Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans, Klebsiella Pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.

Os biofilmes são compostos por inúmeras comunidades microbianas, muitas vezes complexas, interagindo e coexistindo em estruturas multiespecíficas. As bactérias podem formar biofilmes na maioria das superfícies, incluindo dentes, válvulas cardíacas e do trato respiratório.

“Uma vez que um patógeno se estabelece dentro de um biofilme, pode ser difícil de erradicar, já que os biofilmes fornecem uma barreira física contra a resposta imune do hospedeiro, podem ser impermeáveis a antibióticos e agem como uma reserva para infecções persistentes”, diz Scott. “Além disso, os biofilmes permitem a transferência de materiais genéticos entre a comunidade bacteriana, e isso pode conduzir à resistência a antibióticos e à propagação de outros fatores virulentos que promovem a infecção.”

Um dos biofilmes mais prevalentes é placa bacteriana, que pode levar à gengivite – doença encontrado em quase metade da população do mundo – e a doenças bucais mais graves, como periodontite crônica. Biofilmes bacterianos também podem se formar em válvulas cardíacas,

“Nós estamos continuando com a pesquisa para entender as interações das comunidades elaboradas dentro de biofilmes e como elas se relacionam com as doenças. Muitos estudos têm investigado biofilmes usando uma única espécie, mas modelos multiespécies mais relevantes estão surgindo. Tratamentos inovadores para doenças induzidas pelo biofilme também estão sendo investigados , mas temos um longo caminho a percorrer “, diz Scott.

Referência

Justin A Hutcherson, David A Scott, Juhi Bagaitkar. Scratching the surface – tobacco-induced bacterial biofilms. Tobacco Induced Diseases, 2015; 13 (1): 1 DOI: 10.1186/s12971-014-0026-3

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