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O desgaste dos dentes de um primitivo sugere dietas “saudáveis”

A análise de padrões de desgaste em dentes fósseis de um hominins da África Oriental sugere que as dietas do Paranthropus aethiopicus e Paranthropus boisei foram mais “leves” do que se pensava, de acordo com o estudo feito em superfícies bucais bem conservadas em que as estrias puderam ser medidas.

(Fonte: Divulgação)
(Fonte: Divulgação)
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O estudo foi publicado em 16 de novembro de 2016 na revista PLOS ONE, com autoria Laura Monica Martinez da Universidade De Barcelona na Espanha, e seus colegas. Nele, foram analisadas duas espécies do gênero Paranthropus do hominis primitivo, a P. aethiopicus e a P. boisei, que coexistiram por algum tempo com espécies dos primeiros Homo , incluindo o H. ergaster, mas que parecem ter tido dietas diferentes.

A análise isotópica feita anteriormente, apoiou a teoria de que enquanto o H. ergaster que tinha mandíbulas e dentes relativamente pequenos consumia muita carne, a espécie Paranthropus que tinha enormes maxilares inferiores e molares com grandes superfícies de mastigação, pode ter se especializado em comer uma alta proporção de plantas C4 fibrosas e abrasivas. No entanto, o exame dos padrões de desgaste nas superfícies de moagem de dentes do hominin não tem apoiado esta teoria. Os autores do presente estudo objetivaram solucionar essa discrepância através da coleta de dados adicionais do desgaste dentário. Eles examinaram arranhões microscópicos nas faces das bochechas dos dentes de 167 espécimes fósseis de Paranthropus e espécies dos primeiros Homo de locais na Etiópia, Quênia e Tanzânia.

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Os pesquisadores descobriram que, ao contrário da evidência isotópica anterior, os padrões de arranhões nas superfícies das bochechas dos dentes do P. aethiopicus e do P. boisei sugeriram que seus hábitos alimentares “não envolviam a mastigação de quantidades significativas de alimentos abrasivos”. No entanto, eles observam que essas espécies podem ter comido plantas C4 menos abrasivas, o que seria consistente com as evidências isotópicas e dentárias.

Enquanto isso, os padrões de arranhões encontrados nos dentes de H. ergaster sugerem que eles comiam mais alimentos abrasivos do que se esperava, o que poderia indicar que as espécies dos primeiros Homo também sofreram uma mudança na dieta para as plantas C4 à medida que evoluíram. Este estudo fornece evidências adicionais valiosas sobre a evolução e composição das dietas de espécies de Paranthropus e Homo ao longo do tempo.

Leia o artigo na íntegra em inglês aqui.

Fonte: ScienceDaily

 

 

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