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Confira a entrevista com o Dr. Richard Bengt Price para a Revista Estética v15n3

BREVE CURRÍCULO

INTRODUÇÃO

O Prof. Dr. Richard Bengt Thomas Price é um dos grandes experts no conhecimento das fontes de luz utilizadas na fotoativação de materiais à base de resina odontológicos. Teve sua trajetória de formação acadêmica em diferentes escolas e países, sendo a graduação no Canadá, o mestrado nos EUA e o doutorado na Suécia. O interesse na área de pesquisa com os aparelhos fotoativadores se deu pela fraca importância que era dada a esse procedimento, sendo em muitos casos desprezados pelas bulas dos materiais restauradores. Em muitas dessas bulas, o fabricante apenas descreve: “e então fotopolimerize”. Inconformado com essa simplicidade e sabendo das graves consequências clínicas que a inadequada técnica de fotoativação pode produzir, o Prof. Price decidiu direcionar seus estudos nesta área, que durante muito foi pouco explorada pelos pesquisadores. Nos últimos anos, ele tem publicado uma série de artigos científicos com a finalidade de prover informações para os dentistas escolherem bons aparelhos e conduzir a fotoativação com a melhor técnica e posicionamento do aparelho. Ele também criou um grupo de estudos em fotoativação (“Northern Lights Meeting on Light Sources in Dentistry”) para discutir o assunto com pesquisadores que atuam nessa linha de pesquisa, fabricantes dos aparelhos e clínicos. As reuniões desse grupo tem sido feitas na universidade do Prof. Price (Dalhousie University), na cidade de Halifax, Canadá. Ao final de cada reunião, ele prepara um documento (“Consenso”) que aborda aquilo que foi discutido e decidido em cada reunião do grupo. Os membros dos variados países participantes tem a função de divulgar o Consenso nos seus países de origem, na língua nativa, para que esse documento possa ser difundido e utilizado pelos dentistas. Pelo lado brasileiro, o Prof. Marcelo Giannini tem participado das várias reuniões e tem sido responsável pela divulgação no Brasil.

Marcelo GianniniCoordenador da entrevista


1) Quais os procedimentos mais importantes relacionados ao uso de aparelhos de fotopolimerização que os clínicos devem adotar para garantir a polimerização ideal de resinas compostas? (Cesar A. G. Arrais)

Excelente pergunta. Em minha opinião, a primeira coisa a ser feita é ler na íntegra e compreender as instruções de uso do aparelho e da resina que se está tentando polimerizar. Use a luz de maneira apropriada. Pode ser desencorajador encerrar um dia de trabalho dedicado à instalação de restaurações e depois descobrir que a intensidade da luz de polimerização estava baixa. Em segundo lugar, eu verificaria se a luz está funcionando adequadamente. É importante ter certeza de que a ponta do aparelho de fotopolimerização não esteja coberta de resina. Certifique-se que a potência da luz produzida pelo aparelho esteja correta. Por fim, mantenha a luz sobre a resina que se está tentando polimerizar. Recomendo o uso de proteção ocular para que o clínico possa prestar atenção ao procedimento de fotopolimerização.

2) Qual o aumento de temperatura tolerável pela polpa humana? (André F. Reis)

Não sabemos, de fato, uma vez que nenhum comitê de ética autorizaria um estudo clínico controlado dessa natureza conduzido em humanos, com resultados acompanhados por vários meses. A partir de um estudo conduzido com animais, especula-se que um aumento de até 5,5 °C possa ser tolerado por uma polpa saudável. Porém, acredita-se também que esse valor possa ser afetado pela condição da polpa, a idade do paciente e pelo tempo de exposição da polpa a uma temperatura elevada.

3) É possível que o calor produzido por fotopolimerizadores de alta intensidade produza sensibilidade pós-operatória? (André F. Reis)

Volto a afirmar que não sabemos, uma vez que nenhum comitê de ética autorizaria a realização de um estudo clínico controlado dessa natureza. Especula-se que a sensibilidade pós-operatória possa estar associada ao uso de fotopolimerizadores de alta intensidade, mas luzes de alta potência utilizadas por um curto período podem produzir um aumento de temperatura menor do que luzes de baixa potência utilizadas durante um intervalo maior.

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