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Customização em cirurgias da face já é realidade no Brasil

A tecnologia de impressão em 3D já chegou à reconstrução facial para pacientes com sequelas após procedimentos neurocirúrgicos ou consequentes de traumas de face causados, na maioria das vezes, por acidentes. Toda a modelagem é feita inteiramente por computador – a partir de um exame de tomografia, também disponível na rede pública de saúde – e as peças feitas tridimensionalmente em Titânio (Ti), exclusivas para o paciente, por impressoras 3D. O assunto será apresentado no 13° COPAC – Congresso Paulista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, que acontecerá em Sorocaba entre os dias 20 e 22 de outubro.

Jéssica Cussioli foi a primeira pessoa no país a receber, simultaneamente, três placas de titânio para reconstrução crânio-facial, no HC da Unicamp (Foto: Divulgação)
Jéssica Cussioli foi a primeira pessoa no país a receber, simultaneamente, três placas de titânio para reconstrução crânio-facial, no HC da Unicamp (Foto: Divulgação)
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Segundo o especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Dr. Adriano Freitas de Assis, as customizações são uma nova realidade nas reconstruções faciais. Atualmente, com essa tecnologia, até mesmo placas usadas em cirurgias ortognáticas já podem ser fabricadas personalizadas por meio de planejamento virtual. “Ao invés de dobrar placas fabricadas em série, podemos usar peças impressas em 3D com a vantagem de que se adaptarão precisamente nas regiões de fixação. Além de conseguirmos as movimentações necessárias com precisão, o tempo de cirurgia pode cair em até 50%”, afirma Assis.

No Brasil ainda são usados materiais mais baratos, como metilmetacrilato, por exemplo, para próteses modeladas manualmente na hora do procedimento. Elas podem causar vários problemas como processos inflamatórios e infecciosos, já que esses materiais geram resíduos e liberam substâncias químicas. “Além disso, a peça tem menor resistência a impactos e o risco de quebra é maior”, descreve Dr. Adriano.

Outro tratamento que pode ser utilizado para reconstruir a região afetada é retirar uma parte do osso de outra parte do corpo e colocá-lo no local do trauma. “Mas isso nem sempre é possível. Principalmente quando a área danificada é grande ou tem peculiaridades, precisamos recorrer a uma prótese sintética”, esclarece o especialista.

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As placas e próteses para reconstruções customizadas não são pagas pelo SUS e os preços ainda são altos mas, de acordo com Dr. Adriano, precisão, qualidade, a durabilidade e a diminuição dos riscos justificam a sua utilização. “As peças de titânio ou polietileno de alta densidade impressas em 3D são mais resistentes e bioinertes. Esse é um mercado em ascensão e o procedimento será rotina daqui poucos anos”, projeta o cirurgião buco-maxilo-facial.

SERVIÇO
Palestra: Customizações: uma nova realidade nas reconstruções faciais
(21/10/2016 – 9h – Sala Prof. Dr. Antenor Araújo)

13° COPAC
Data: 20 a 22 de outubro de 2016
Local: Parque Tecnológico de Sorocaba
Endereço: Avenida Itavuvu, 11.777 – Sorocaba/SP
Mais informações: http://www.copac2016.com.br/

Fonte: Assessoria de imprensa

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