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Cimento resinoso sozinho garante boa resistência de união, diz pesquisa

O aumento da demanda por restaurações indiretas confeccionadas em cerâmica pura impulsionou o desenvolvimento das cerâmicas à base de zircônia, que têm ganhado grande destaque na Odontologia, por suas propriedades mecânicas e estéticas favoráveis e por oferecem grande variedade de aplicações clínicas. No entanto, sua estrutura molecular não permite que ocorra adesão apropriada dos cimentos resinosos sem que haja um tratamento da superfície. A obtenção de adesão confiável às cerâmicas requer tratamentos de superfície baseados em retenção física por meio de jateamentos e ligação química cerâmica/substrato por meio de silanos e/ou primers.

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O estudo concluiu que o uso apenas do cimento resinoso foi suficiente para se obter bons resultados de resistência de união (Fonte: Reprodução)

Com base nisso, pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de Piracicaba, avaliaram a resistência de união por cisalhamento de um cimento resinoso de dupla polimerização (Panavia F, Kuraray) a duas zircônias (Lava, 3M ESPE e Katana, Kuraray Noritake) com prévia aplicação de primers (Z-Prime Plus, Bisco ou Monobond Plus, Ivoclar Vivadent), plasma de argônio ou a combinação primer mais plasma. O estudo concluiu que o uso apenas do cimento resinoso foi suficiente para se obter bons resultados de resistência de união.

Foram utilizadas placas de zircônia com dimensões de 13mm de comprimento x 5mm de largura x 1mm de espessura, que foram abrasionadas com lixas de Al2O3 (granulação #600) e tratadas de acordo com cada grupo experimental (sem tratamento, aplicação de primer e/ou plasma). Cilindros do cimento resinoso foram confeccionados na superfície das zircônias utilizando matriz de silicone com dimensões internas de 1,4mm de diâmetro e 1mm de altura.

O teste de cisalhamento foi realizado em máquina de ensaios após 24 horas ou um ano de armazenamento dos espécimes em água. Os dados de resistência de união foram expressos em MPa e analisados pela ANOVA (três fatores) e teste de Tukey (5%).

Embora o não uso dos primers e do plasma tenha produzido os maiores valores de resistência de união, a adesão foi reduzida após um ano. O uso do Z-Prime Plus, com ou sem plasma, não reduziu a resistência de união após um ano, mas os valores foram inferiores ao uso apenas do cimento resinoso sem tratamento das zircônias. O plasma não aumentou a resistência de união às zircônias.

A pesquisa foi publicada na edição v13n4 do Journal of Clinical Dentistry and Research (JCDR), revista oficial da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), produzida e editada pela Dental Press.

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